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Mensagem do Papa Francisco ao Acadêmico Emídio Brasileiro

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MENSAGEM DO PAPA FRANCISCO AO ACADÊMICO

Convite de Jesus: “Segue-me!”

 

Emídio Brasileiro

 

Jesus prosseguiu dizendo a Pedro: “Em verdade, em verdade, te digo: quando eras mais moço, tu te cingias e andavas por onde querias. Mas, quando fores velho, estenderás as mãos e outro te cingirá e te levará para onde tu não queres”.

Disse isso para indicar com que tipo de morte Pedro havia de glorificar a Deus. E tendo assim falado, disse-lhe: “Segue-me”.

Virando-se, viu Pedro que o seguia o discípulo que Jesus amava, e que na ceia se reclinara sobre o peito de Jesus e perguntara: “Senhor, quem há de te entregar?” Vendo-o perguntou Pedro a Jesus: “Senhor, e este?”

Respondeu-lhe Jesus: “Se eu quero que ele fique até que eu venha, que te importa? Segue-me tu”.

Por isso divulgou-se entre os irmãos a notícia de que aquele discípulo não morreria. Jesus, porém, não disse que ele não morreria, mas: “Se eu quero que ele fique até que eu venha, que te importa?” (Evangelho de João, cap.21, v. 18 a 23).

Jesus prosseguiu o diálogo com Pedro às margens do Mar da Galileia depois de preparar e distribuir pães e peixes para seus apóstolos e de solicitar a Pedro que apascentasse os seus discípulos na senda redentora do trabalho evangélico.

Nesse episódio, Jesus dá uma noção da faixa de idade de Pedro quando diz: “quando eras mais moço” e “quando fores velho”. O que se pode concluir que naquela época Pedro deveria contar com a idade em torno dos trinta anos. Portanto, com aproximadamente a mesma idade de Jesus.

Jesus profetizou que o Grande Pescador de Almas chegaria a ancianidade, quando forçadamente seria conduzido para onde não desejara, ou seja, ao martírio até morte. Isso, por defender os princípios de Justiça, Amor e Fraternidade.

Depois de falar a respeito da vida de Pedro, o Mestre o convidou a segui-lo. O apóstolo João, o discípulo amado por Jesus, ou seja, o discípulo que mais compreendeu o amor de Jesus, também pôs-se a acompanhar Pedro e seguir também o Mestre.

Ao demonstrar preocupação quanto ao destino do jovem discípulo João, Pedro lhe indagou: “Senhor e este?”

Embora os discípulos houvesse interpretado equivocadamente que João não morreria, a resposta de Jesus foi categórica. Não importava a Pedro, ou a qualquer um, o que estaria reservado a João, que seria o único dos apóstolos que não passaria pelo desconforto do martírio até a morte. Por isso, o Mestre respondeu: “Se eu quero que ele fique até que eu venha, que te importa? Segue-me tu”.

Essa resposta do Rabi demonstra que no caminho evolutivo não se deve fazer julgamentos ou comparações para unicamente atender a curiosidade vazia. Cada espírito imortal deve cumprir suas obrigações morais sem “olhar para trás” ou para os lados.

Com essa resposta o divino Messias censura qualquer procedimento que inviabilize ou dificulte o processo evolutivo. O segue-me do Mestre significa “Evolua incondicionalmente” e sem distrações ou atitudes que não contribuam para esse fim maior.

A curiosidade de Pedro recebeu como advertência: “Que te importa os outros, segue-me tu”.

Perde-se muito tempo com a ilusão de que a evolução do Espírito depende da vontade de outrem ou de fatos ou circunstâncias externas ao ambiente consciencial.

Pedro e João concluiriam os seus ciclos terrenos segundo os ditames do Pai Amantíssimo com dignidade e fidelidade ao Mestre Galileu. No entanto, cada um deles seguiria o plano evolutivo que lhe era destinado ou apropriado.

Ao final, o que importa é a nossa relação com Deus, mas ninguém poderá estabelecer vínculo estreito com o Pai sem as verdades preconizadas e vivenciadas pelo Cristo Jesus.

 

CONVITE DE JESUS: "SEGUE-ME"
JESUS REABILITA A PEDRO

Jesus reabilita a Pedro

 

Emídio Brasileiro

 

Depois que eles comeram, Jesus disse a Simão Pedro: “Simão, filho de João, tu me amas mais do que estes?” Respondeu-lhe ele: “Sim, Senhor, tu sabes que te amo” Jesus lhe disse: “Apascenta os meus cordeiros” Perguntou-lhe segunda vez: “Simão, filho de João, tu me amas?” Disse ele: “Sim, Senhor, tu sabes que te amo” Perguntou-lhe terceira vez: “Simão, filho de João, tu me amas?” Entristeceu-se Pedro porque pela terceira vez lhe pergunta “Tu me amas?” e respondeu-lhe: “Senhor, tu sabes tudo; tu sabes que te amo”. Disse-lhe Jesus: “Apascenta as minhas ovelhas (João 21: 15 a 17)".

Os discípulos de Jesus ainda estavam enlevados devido à grande pescaria que realizaram sob as bênçãos do divino Messias.

Depois de comerem os pāes e os peixes preparados por Jesus, teve início as primeiras recomendações do Rabi dirigidas especialmente a Pedro.

Ao orientar o Grande Pescador, Jesus estava a reabilitá-lo porquanto Pedro ainda se encontrava abatido moralmente depois de negar o seu amado Mestre.

Solenemente, o divino Rabi indagou a Pedro por três vezes: “Simão, filho de João (ou Jonas), tu me amas?”. Em resposta, Pedro assegurou que amava o seu Mestre e afirmou que Jesus sabia dessa verdade.

Logo depois da primeira e da terceira respostas de Pedro, Jesus recomendou: “Apascenta as minhas ovelhas”.

Com esse diálogo inesquecível, o divino Rabi renovou o ânimo de Pedro, realçou e reafirmou a sua confiança naquele que seria a Pedra, sobre a qual edificaria a sua Igreja (Mateus, 16:18).

Mais tarde, Pedro lideraria seus companheiros de apostolado na senda do trabalho redentor da Boa Nova. Ele seria a voz da conciliação e do bom senso diante dos percalços na condução do deveres da evangelização e do socorro aos desvalidos e enfermos do caminho.

Ao longo de sua vida, Simão Pedro atendeu fielmente ao pedido especial de Jesus. Ele pacificou seus companheiros e amigos em momentos extremos da existência, quando deu testemunhos de prudência e de compreensão. Sob a égide do Grande Pescador, milhares de enfermos encontraram refúgio, paz e conforto para suas aflições.

Ao conversar com Pedro, o Mestre mais uma vez confirmou que os seus discípulos seriam reconhecidos por muito se amarem (João 13:35). O sentido de apascentar suas ovelhas é de estabelecer a concórdia, a humildade e a união para a plenitude do amor fraternal.

Atendamos, pois, amais sublime recomendação de Jesus depois de ressurgir do sangue do madeiro infamante. Pacifiquemos o nosso próximo dia após dia. Pacifiquemos a nós mesmos com demonstrações sinceras de humildade e de amor para respondermos afirmativamente às indagações do sublime Rabi quando disser: “Tu me amas?”.

Devemos profundo amor ao divino Mestre de Nazaré. Amar a Jesus é mais do que seguir seus passos e ensinamentos, é estabelecer eterno vínculo de fidelidade ao ser que mais nos amou depois de Deus. Respondamos a ele assim como fez o Grande Pescador: “Senhor, tu sabes tudo; tu sabes que te amo.

 

JESUS APARECE A SETE DISCÍPULOS

Jesus aparece a sete discípulos

 

Emídio Brasileiro

 

Mais tarde Jesus se manifestou novamente aos discípulos, às margens do mar de Tiberiades. E manifestou-se assim:

Estavam juntos Simão Pedro, Tomé, chamado Dídimo, Natanael, que era de Caná da Galileia, os filhos de Zebedeu e dois outros discípulos de Jesus. Disse-lhes Simão Pedro: “Vou pescar”.

Disseram-lhe os outros: “Nós também vamos contigo”.

Saíram e subiram no barco, mas naquela noite nada apanharam.

Quando, porém, amanheceu, estava Jesus na praia, mas os discípulos não sabiam que era Jesus. Então Jesus lhes disse: “Filhos, tendes algum peixe para se comer?”

Responderam eles: “Não!”

Ele lhes disse: “Lançai a rede à direita do barco e achareis”.

Lançaram a rede e já não podiam mais retirá-la, por causa da grande quantidade de peixes.

Então o discípulo a quem Jesus amava disse a Pedro: “É o Senhor!”

Assim que Pedro ouviu que era o Senhor, cingiu-se com a túnica, porque estava despido, e lançou-se ao mar. Os outros discípulos, que não estavam distantes da terra, mas cerca de duzentos côvados, foram com o barco, levando a rede cheia de peixes.

Logo que saltaram em terra, viram ali brasas acesas e um peixe sobre elas, e pão. Disse-lhes Jesus: “Trazei alguns dos peixes que acabais de pescar”.

Simão Pedro subiu ao barco e arrastou para a terra a rede cheia de cento e cinquenta e três grandes peixes. Apesar de serem tantos, a rede não se rompeu. Disse-lhes Jesus: “Vinde e comei!”

Nenhum dos discípulos ousava perguntar-lhe: “Quem és tu?”, porque sabiam que era o Senhor Jesus se aproximou, tomou o pão e o distribuiu entre eles, e fez o mesmo com o peixe.

Esta foi a terceira vez que Jesus se manifestou aos seus discípulos, depois que ressuscitou dos mortos. (Evangelho de João 21:1-14).

Esse episódio demonstra a simplicidade e a humildade de Jesus na sua incomensurável pureza. Jesus surpreendeu os discípulos ao preparar brasas para assar peixes e distribuir pães e peixes aos discípulos às margens do mar de Tiberíades!

Nessa ocasião, foi a terceira vez que o Mestre apareceu aos discípulos. Estavam presentes: Pedro, João, o Evangelista, Tiago, o maior, que eram os dois filhos de Zebedeu, Tomé, Natanael e dois outros discípulos de Jesus, os quais o Evangelho de João não revela, provavelmente por não fazerem parte do colegiado dos Doze.

Pedro e mais seis discípulos de Jesus foram pescar numa noite no mar de Tiberíades, mas não lograram êxito na pescaria. Pela manhã, os discípulos encontraram Jesus, mas não o reconheceram porque ele estava com roupagem perispirítica que não o identificava. É provável que Jesus tenha se apresentado bem mais velho porquanto ele se dirigiu aos discípulos, chamando-os de “filhos” e o discípulos não o identificaram.

Ao ver a desolação dos discípulos pescadores diante da negativa de que não tinham pescado nem um peixe, o Mestre solicitou que eles lançassem a rede à direita de onde se encontrava o barco.

Essa foi a segunda pesca orientada pelo Mestre. A primeira pesca maravilhosa ocorreu no início do ministério de Jesus quando ele se encontrava no barco com Pedro, Tiago e João (Lucas, 5:1-11) e a segunda é relatada nesse episódio, ocorrida no término de sua missão terrena, depois de sua ressurreição. Um sinal escolhido por Jesus que simboliza a importância da missão de “pescar homens” para a Seara do Senhor, ou seja, a necessidade de ajudar o próximo na recondução do venturoso processo evolutivo.

Ao atender a recomendação de Jesus, os discípulos pescaram grande quantidade de peixes, contaram cento e cinquenta e três grandes peixes, número que sintetiza o número nove, o qual indica fechamentos de ciclos. O Mestre estava a fechar o ciclo de seu ministério messiânico.

Diante dessa pesca maravilhosa, João reconheceu ser Jesus o homem que recomendara a lançar a rede à direita do barco, o que foi comunicado a Pedro. Imediatamente, o Grande Pescador vestiu-se com a túnica e lançou-se ao mar ao encontro do Mestre. Enquanto isso, os outros discípulos que estavam próximos da terra cerca de duzentos côvados, ou seja, cerca de noventa metros, foram com o barco levando a rede cheia com cento e cinquenta e três grandes peixes.

O divino Rabi solicitou alguns peixes para assá-los nas brasas que havia preparado e sobre as quais somente havia um peixe. Depois disso, Jesus distribuiu pães e peixes aos seus discípulos conforme fazia habitualmente.

Embora o Mestre pudesse ser identificado, pela maneira de agir, não se encontrava com a forma perispirítica que confirmasse a sua presença. Nenhum discípulo indagou a respeito de sua identidade porque sabiam que era Jesus.

O Rei dos reis, o Mestre dos mestres e o Sábio dos sábios nos ensina que a grandeza do espírito consiste em servir com amor, cuidar do próximo com afabilidade e doçura, sensateze sabedoria.

Mesmo depois de todas as dores sofridas, Jesus preparou, com humildade, o ambiente ideal para soerguer seus discípulos e reabilitar Simão Pedro depois de negá-lo por três vezes.

Além de lavar os pés dos seus após tolos durante a Última Ceia, o Mestre foi atendê-los, em suas necessidades, às margens do Tiberiades, para depois solicitar, por três vezes, que Pedro apascentasse as suas tão amadas ovelhas em sua ausência física, conforme a vontade do Pai.

Segunda aparição de Jesus aos apóstolos e a incredulidade de Tomé

 

Emídio Brasileiro

 

Tomé, um dos Doze, chamado Didimo, não estava com eles quando veio Jesus. Os outros discípulos lhe disseram: “Vimos o Senhor!”

Ele, porém, lhes respondeu: “Se eu não vir em suas mãos os sinais dos cravos e se não puser meu dedo no lugar dos cravos e minha mão no seu lado, não acreditarei”.

Oito dias depois, estavam os discípulos novamente na mesma casa e Tomé estava com eles. Veio Jesus, estando as portas fechadas, pôs-se no meio deles e disse: “A paz esteja convosco!”

Finalmente, ele apareceu aos Onze, quando estavam à mesa, e lançou-lhes em rosto a sua incredulidade e dureza de coração, por não haverem dado crédito aos que o tinham visto ressuscitado. Depois disse a Tomé.

“Põe aqui teu dedo e vê minhas mãos! Estende a mão e põe-na no meu lado. E não sejas incrédulo, mas crê!”

Respondeu-lhe Tomé: “Senhor meu, e Deus meu!”

E Jesus lhe disse: “Porque me viste, creste. Bem-aventurados os que não viram e creram!” (Marcos, 16:14; João, 20:24-29).

Oito dias depois da primeira aparição aos apóstolos, o divino Rabi lhes apareceu pela segunda vez, mas nessa oportunidade com a presença de Tomé, que, até então, foi o único apóstolo a não ver Jesus e que ainda relutava em aceitar os testemunhos dos seus irmãos-companheiros.

Jesus apareceu materializado diante dos apóstolos como ocorreu na primeira vez, mesmo “estando as portas fechadas”.

A incredulidade de Tomé não foi tão-somente em decorrência de não ter visto o Messias depois da crucificação, mas de não ter tido o privilégio de vê-lo até aquele momento. A sua reação de incredulidade foi mais em decorrência de alguma contrariedade associada ao ciúme do que de uma negação das profecias quanto ao ressurgimento do Filho do Homem. Somente uma surda revolta poderia justificar o fato de Tomé dizer que somente acreditaria no ressurgimento de Jesus se visse e tocasse em suas chagas.

A incredulidade que assolou Tomé e outros apóstolos é o resultado de diversos fatores relacionados à fragilidade moral. A incredulidade não apenas diz respeito ao não acreditar, mas na razão ou nos motivos em não acreditar.

Todos os apóstolos sabiam o que ocorreria a Jesus ao terceiro dia depois da crucificação, mas não queriam acreditar porque não aceitaram o fato de não serem os primeiros ou os únicos a verem Jesus ressurrecto.

Nesse episódio, Jesus realça o poder da fé e combate o ceticismo religioso que é a base do ateísmo e do materialismo viciante.


Tomé não seria discípulo próximo ao Cristo se não fosse homem de fé e portador de virtudes morais dignas de um apóstolo. Todos os apóstolos do Cristo foram dignos de sua confiança e de seu amor. Embora alguns apóstolos não tivessem nível intelecto-moral avançado para compreender os ensinamentos, os exemplos e os poderes do divino Messias, todos o amaram com devoção e deram testemunhos redentores até os últimos dos seus dias.

Nenhum daqueles apóstolos de Jesus fugiria das responsabilidades de suas missões. Tomé passou os seus últimos dias na Índia, onde sofreu o martírio de ser transpassado por lanças devido aos seus ensinamentos e testemunhos cristãos. Até mesmo Judas Iscariotes, que sucumbiu ao peso de suas manobras de poder, desejou o Reino dos Céus entre os homens e fazer de Jesus o Rei Supremo, conforme esperavam os judeus.

Diante das evidências, Tomé caiu em si e disse arrependido e com vergonha: “Senhor meu, e Deus meu!” Tomé transmitiu em palavras o que os outros apóstolos sentiram “por não haverem dado crédito aos que o tinham visto ressuscitado”, motivo das admoestações do Cristo.

Tomé foi desafiado por Jesus a tocar as suas chagas, mas recuou diante de sua autoridade e não diante das evidências. Se as tivesse tocado estaria negando o próprio Cristo.

O que ocorreu a Tomé e aos apóstolos acontecerá com todos os que negam a Suprema Existência de Deus, a Realeza de Jesus, a vida espiritual, a pluralidade das existências e o processo evolutivo organizado pelas Leis Divinas destinado a todos os Espíritos, obras do infinito Amor e da incomensurável Sabedoria do Pai.

Em resposta ao arrependimento de Tomé, disse Jesus: “Porque me viste, creste. Bem-aventurados os que não viram e creram!” palavras interpretadas pelo Espírito Erasto, conforme consta da obra O Evangelho segundo o Espiritismo de Allan Kardec (Capítulo XX, item 4, FEB):

“Ide, homens, que, grandes diante de Deus, mais ditosos do que Tomé, credes sem fazerdes questão de ver e aceitais os fatos da mediunidade, mesmo quando não tenhais conseguido obtê-los por vós mesmos; ide, o Espírito de Deus vos conduz. Marcha, pois, avante, falange imponente pela tua fé! Diante de ti os grandes batalhões dos incrédulos se dissiparão, como a bruma da manhã aos primeiros raios do Sol nascente”.

SEGUNDA APARIÇÃO DE JESUS AOS APÓSTOLOS E A INCREDULIDADE DE TOMÉ

Jesus aparece a dois discípulos a caminho de Emaús – Parte 3

 

Emídio Brasileiro

 

E disseram um ao outro:

“Porventura não ardia em nós o nosso coração, quando ele nos falava pelo caminho e quando nos explicava as Escrituras?”.

Na mesma hora levantaram-se e foram anunciá-lo aos outros, retornando para Jerusalém, onde encontraram reunidos os Onze e os que estavam com eles, os quais disseram: “É verdade! O Senhor ressuscitou e apareceu a Simão!”.

E eles narraram o que lhes acontecera no caminho e como o reconheceram ao partir o pão. Outros, porém, nem a estes dois deram crédito (Marcos 16:12-13, Lucas 24:13-35).

Imediatamente os dois discípulos foram a Jerusalém para contar aos onze apóstolos a respeito desse encontro admirável. Os dois foram anunciar a ressurreição do Senhor como mensageiros da Boa Nova. Eles saíram de Jerusalém tristes e desolados e retornaram comovidos e jubilosos. Ademais, não se pode afirmar que os discípulos de Emaús encontraram os apóstolos no mesmo dia, mas no dia seguinte ou numa ocasião em que todos estavam reunidos.

Alguns apóstolos acreditaram nos relatos dos discípulos de Emaús e ainda acrescentaram que o Mestre aparecera a Simão Pedro. Outros, porém, permaneceram incrédulos diante das narrativas quanto ao ressurgimento de Jesus, provavelmente, o apóstolo Tomé fez parte desse grupo como se verificará adiante.

Jesus apareceu a Pedro depois da visita que fizera ao sepulcro juntamente com João. Não deve ter sido uma aparição simples. Jesus não apareceria a Pedro sem que não houvesse um diálogo. Do mesmo modo que conversou com Maria Madalena, com as outras mulheres e com os discípulos de Emaús, também deve ter orientado a Pedro a respeito de assuntos que os Evangelhos não relatam por recomendação do próprio Cristo. Por isto, os discípulos afirmaram: “É verdade! O Senhor ressuscitou e apareceu a Simão”. O ressurgimento de que trata esta afirmativa não diz respeito a quem aparece e imediatamente desaparece e sim de quem aparece e estabelece contato mais próximo.

O divino Messias apareceu a Cleofas e ao outro discípulo para, mais uma vez, confirmar a profecia e demonstrar que muitos podem aparecer em nossos caminhos necessitados de fé, de acolhimento e de esperança porquanto são enviados do Pai que nos fortalecem a existência por intermédio da caridade. Por intermédio desses, Jesus pode aparecer em nossos caminhos com diversas roupagens.

Acreditemos firmemente na constante assistência amorosa e sábia do Grande Rabi. No momento apropriado, Jesus nos distribuirá o Pão da Vida para sentirmos o “coração arder” de júbilo e de felicidade. Depois disso, nos apressemos a levar aos nossos irmãos a Boa Nova da Esperança. Não importa a incredulidade do incauto, que um dia haverá de reconhecer e de aceitar a verdade inconteste.

Conheçamos e estudemos as Escrituras tal qual fez Jesus para esclarecermos aos irmãos do caminho a respeito das verdades eternas. O Mestre demonstrou grande sabedoria, mas também incomensurável conhecimento acerca do que lhe interessava para ensinar a respeito do trabalho e da vontade de Deus.

Quando sairmos da Emaús do mundo partiremos, em definitivo, para a Jerusalém Espiritual, onde seremos acolhidos por Deus, por Jesus e seus mensageiros para habitarmos na Sublime Morada por toda eternidade.

JESUS APARECE A DOIS DISCÍPULOS A CAMINHO DE EMAÚS – PARTE 3

Jesus aparece a dois discípulos a caminho de Emaús – Parte 2

 

Emídio Brasileiro

 

Foram alguns dos nossos ao sepulcro e encontraram as coisas tais como as mulheres haviam dito; mas não o viram!”.

Então ele lhes disse: “Ó insensatos, ó corações lentos para crer tudo o que os profetas anunciaram! Pois não era necessário que o Cristo sofresse todas essas coisas e entrasse na sua glória?”.

E, começando por Moisés e percorrendo todos os Profetas, interpretou-lhes em todas as Escrituras o que a ele dizia respeito.

Quando se aproximaram da aldeia para onde iam, Jesus fez como quem ia para mais adiante. Mas eles insistiram, dizendo: “Fica conosco, porque é tarde e o dia já declina”.

E Jesus entrou para ficar com eles.

E aconteceu que, estando com eles à mesa, tomou o pão e o abençoou, depois partiu-o e distribuiu-o a eles. Então, abriram-se os olhos deles e o reconheceram, mas ele desapareceu da presença deles (Marcos 16:12-13, Lucas 24:13-35).

O sublime Rabi tinha poderes de materializar o seu corpo perispirítico ao ponto de poder comer, beber, de ser tocado e até de apresentar suas chagas para convencer a todos que a profecia de sua ressurreição espiritual fora realizada. Ao se materializar, Jesus explicitava que não se apresentava como espírito, que não tem carne e nem ossos, e sim numa forma perispirítica semelhante a um corpo de carne e de ossos, para não deixar dúvidas quanto à sua identidade.

Embora soubesse do teor do diálogo, mas para se aproximar dos dois discípulos, Jesus lhes perguntou a respeito do que conversavam. Eles demonstraram tristeza quando responderam que falavam dos acontecimentos que sucederam com Jesus de Nazaré. Ao imaginarem que o desconhecido viajante não soubesse a respeito do Cristo, os discípulos informaram que se tratava de um poderoso profeta que foi entregue ao procurador de Roma pelas autoridades judaicas para ser condenado à morte.

Além disso, os discípulos demonstraram desapontamento ao comentarem: “Nós esperávamos que fosse ele quem iria redimir Israel”. No entanto, concluíram com a narrativa dos fatos que ocorreram naquele domingo, como os relatos das mulheres, de Pedro e de João, o que poderiam comprovar a identidade messiânica do poderoso profeta, embora seu corpo houvesse desaparecido.

Diante das dúvidas dos discípulos, o Mestre os admoestou por suas incredulidades e ressaltou a natureza messiânica de sua missão, tantas vezes profetizada desde Moisés. Durante o caminho, Jesus demonstrou pleno conhecimento das Escrituras. “E começando por Moisés e percorrendo todos os Profetas, interpretou-lhes em todas as Escrituras o que a ele dizia respeito”. Mesmo depois dessa explanação, os discípulos não identificaram quem era o estranho viajante. Ainda assim, o desconhecido peregrino causou grande impressão aos dois discípulos. Afinal, o homem demonstrou profundo conhecimento das Escrituras e sólida argumentação ao defender a natureza messiânica de quem eles chamavam de “profeta poderoso em obras e palavras diante de Deus e de todo o povo”.

Ao chegarem a Emaús e vendo Jesus demonstrar que continuaria a caminhada, os discípulos insistiram para que ele pernoitasse porque era tarde e a noite se aproximava.

É provável que a casa onde os discípulos adentraram fosse de propriedade de um deles. Não parece que o lugar fosse uma hospedaria ou que pertencesse a outrem.

O Mestre aceitou o convite e, estando à mesa, foi convidado a distribuir o pão, o que era atribuição honrosa, geralmente atribuída ao dono da casa. O que demonstra o respeito e a simpatia que o desconhecido peregrino causou aos seus interlocutores e anfitriões.

Quando Jesus tomou o pão, o abençoou, partiu-o e distribuiu-o a eles, mudou a sua forma perispirítica, revelando a sua identidade. Logo que reconheceram o Mestre, foram surpreendidos com o seu desaparecimento. Diante desse fenômeno, os discípulos refletiram a respeito da emoção que sentiram durante a explanação de Jesus pelo caminho. O Mestre falava especialmente aos corações com o objetivo de consolar com o amor, esclarecer com a verdade e libertar com o perdão.

JESUS APARECE A DOIS DISCÍPULOS A CAMINHO DE EMAÚS – PARTE 2

Jesus aparece a dois discípulos a caminho de Emaús – Parte 1

 

Emídio Brasileiro

 

Nesse mesmo dia o Senhor apareceu sob outra forma a dois discípulos que caminhavam para o campo, indo para uma aldeia chamada Emaús, distante de Jerusalém sessenta estádios.

Iam eles falando entre si de todos esses acontecimentos. E aconteceu que, enquanto conversavam e faziam perguntas um ao outro, o próprio Jesus se aproximou e pôs-se a caminhar com eles. Mas os olhos deles estavam como que vendados, impedidos de reconhecê-lo. Então ele lhes perguntou:

“Que palavras são essas que trocais entre vós enquanto ides caminhando?”

Eles pararam entristecidos. E um deles, chamado Cléofas, respondeu-lhe: “Tu és o único peregrino em Jerusalém que não sabe o que nela aconteceu nestes dias?”

Ele lhes perguntou: “O que foi?”

Responderam-lhe: “O que aconteceu a Jesus, o Nazareno, que foi um profeta poderoso em obras e palavras diante de Deus e de todo o povo. Os principais sacerdotes e as nossas autoridades o entregaram para ser condenado à morte e o crucificaram. Nós esperávamos que fosse ele quem iria redimir Israel. Agora, porém, além de tudo isso, é hoje o terceiro dia desde que essas coisas aconteceram.

É verdade que algumas mulheres das que estavam conosco, nos assustaram, porque indo de madrugada ao sepulcro e não tendo encontrado o corpo de Jesus, voltaram dizendo que tinham visto uma aparição de anjos que lhes afirmaram estar ele vivo (Marcos 16:12-13, Lucas 24:13-35).

Ao terceiro dia depois da crucificação, ou seja, no dia da ressurreição, o divino Messias apareceu a dois discípulos que iam de Jerusalém até a aldeia chamada Emaús.

A palavra ‘Emaús’, vem do grego “fontes” ou ainda “fontes termais”. Emaús era um povoado próximo a Jerusalém sessenta estádios, ou seja, cerca de doze quilômetros, embora alguns manuscritos considerem cento e sessenta estádios, ou seja, cerca de 30km. Há quem considere que os copistas dos Evangelhos, para manter coerência com o texto, alteraram a distância por considerarem que cento e sessenta estádios eram um caminho longo para se percorrer duas vezes num único dia. No entanto, não se sabe a localização exata dessa aldeia que, indubitavelmente, estava próxima a Jerusalém. Ainda assim, o retorno imediato dos discípulos a Jerusalém pode ter ocorrido com ajuda de animais.

Emaús era denominada Nicopolis pelos romanos, que dela se utilizaram como acampamento de suas legiões.

Os dois discípulos que iam para Emaús foram os primeiros a ver Jesus depois que aparecera a Maria Madalena, às outras discípulas e a Simão Pedro, embora os Evangelhos não relatem como foi esse encontro entre o Mestre e o Primeiro dos Apóstolos.

Os discípulos de Emaús deveriam ser próximos ao Mestre, embora não compusessem o colegiado dos doze apóstolos. Eles sabiam das informações das mulheres a respeito dos anjos que anunciaram a ressurreição do Cristo, do seu sepulcro vazio e das confirmações de Pedro e de João quanto aos relatos das discípulas.

Um desses discípulos era denominado Cléofas. Provavelmente, o mesmo Cléopas mencionado no Evangelho de João (19:25), que era marido de Maria, irmã da mãe de Jesus. O nome do outro discípulo não é mencionado. Possivelmente Cléofas era o mais velho porque foi o primeiro a responder a indagação do Mestre. O outro discípulo devia ser alguém muito próximo a Cléofas, sendo familiar ou amigo, mas não teve seu nome mencionado nesse episódio.

Durante o caminho, os dois discípulos conversavam a respeito dos últimos acontecimentos ocorridos com o amado Mestre, tais como: o simulacro de julgamento, o assassinato pela crucificação, o mistério do túmulo vazio, a anunciação do ressurgimento profetizado e ainda incompreendido.

Jesus apareceu a Cléofas e a outro discípulo, “sob outra forma”, ou seja, com roupagem perispirítica que não permitiu ser identificado, por isto eles “estavam como que vendados, impedidos de reconhecê-los”.

Depois de ser crucificado, Jesus apareceu cerca de dez vezes antes de sua ascensão, ora com um perispírito que lhe permitia identificar, ora com outra roupagem perispirítica que não lhe permitia ser identificado. Essa foi a quarta aparição do Mestre depois da crucificação. A primeira foi a Madalena, a segunda foi às mulheres e a terceira, a Pedro.

JESUS APARECE A DOIS DISCÍPULOS A CAMINHO DE EMAÚS – PARTE 1

Plano para ocultar o anúncio do ressurgimento de Jesus

 

Emídio Brasileiro

 

Enquanto as mulheres iam, eis que alguns da guarda foram à cidade e contaram aos principais sacerdotes tudo o que havia acontecido. Reunindo-se eles em conselho com os anciãos, deram aos soldados uma grande soma de dinheiro, recomendando-lhes:

“Direis: os seus discípulos vieram de noite e o roubaram enquanto nós estávamos dormindo. Se isso chegar aos ouvidos do governador, havemos de persuadi-lo e vos livraremos de qualquer pena”.

Então eles, recebendo o dinheiro, fizeram de acordo com as instruções recebidas. E esse boato se propalou entre os judeus até o dia de hoje. (Mateus, 28:11-15).

O Evangelho de Mateus é o único a narrar esse episódio. Mateus escreveu o seu Evangelho com o propósito maior de informar e de conscientizar os judeus a respeito da natureza messiânica da missão de Jesus. Nesse sentido, surge a seguinte indagação: De que modo Mateus soube desse acordo ilícito entre o conselho de sacerdotes e anciãos e os soldados que lhes anunciaram a verdade a respeito do que ocorrera no sepulcro de Jesus?

Não se deve olvidar que no Sinédrio, além de José de Arimateia e de Nicodemos, existiam outros simpatizantes e discípulos de Jesus. Esse ardiloso pacto foi revelado aos seguidores do Cristo, causando-lhes comiseração e o aumento de prudência diante dos adversários, autores da mentira hedionda. No entanto, se até os dias de hoje há judeus que não acreditam no Jesus Messias, também há os judeus messiânicos, ou seja, aqueles que acreditam em Jesus como sendo o Filho de Deus, o Messias esperado.

Os soldados receberam grande soma de dinheiro dos religiosos para contarem que foram os discípulos de Jesus que moveram a pedra do sepulcro e não um anjo e que isso ocorreu enquanto dormiam e não porque ficaram assustados e simularam que estavam a dormir diante do acontecimento excepcional e incompreensível para eles.

O suborno impediria que os soldados narrassem a verdade aos judeus e às autoridades romanas, as quais estariam indiferentes aos antagonismos religiosos dos judeus e por isto as autoridades judaicas não encontrariam dificuldades em apoiar a versão dos soldados diante de algum questionamento de Pôncio Pilatos.

Por outro lado, diante dessa situação, indaga-se: Se os soldados não aceitassem o suborno do Conselho o que ocorreria? Provavelmente seriam chamados de mentirosos, seriam perseguidos, acusados de discípulos do Cristo e até de violadores de túmulos. Além disso, poderiam perder o emprego por conta do prestígio que o Sinédrio desfrutava junto ao governo romano. Afinal, a influência do Sinédrio junto ao Império foi a principal razão de Pilatos ter lavado as mãos e deixado Jesus ser crucificado por medo de denúncias junto ao imperador que o levaria a algum tipo de desgaste e até a perda do cargo de Procurador, conforme as ameaças que recebera de alguns dos sacerdotes antes e durante o julgamento de Jesus. Ainda que não se possa afirmar se a aceitação do suborno foi por ganância ou por medo é justo pensar que o medo dos soldados foi maior do que suas ganâncias e a dignidade de suas consciências. Diante dessas fragilidades morais do ser humano é que muitos governantes, autoridades, empresários e poderosos do mundo têm se servido de suas posições para enganar, corromper, oprimir, maltratar, humilhar e até matar tantos que sofrem ou que se opõem aos seus objetivos iníquos.

Ao seguir a narrativa de Mateus, os soldados não deveriam inicialmente contar às autoridades religiosas o que se passou e sim para os seus superiores hierárquicos. No entanto, o Evangelho não explicita de que modo esses soldados chegaram até às autoridades judaicas, mas também não se pode descartar a possibilidade de terem sido orientados por seus superiores a narrarem o fato aos sacerdotes.

A inverdade surge da ignorância em face de todas as suas consequências letais. A mentira sempre busca proteger algum interesse egoísta de natureza material, não raras vezes, com a intenção de causar algum dano moral ou material para quem o promove e para outrem. Além disso, mesmo diante do fato incontestável da ressurreição espiritual de Jesus, os principais sacerdotes e os anciães não queriam ser acusados de serem os responsáveis pela morte ignominiosa do Messias.

Independente das artimanhas, das fragilidades humanas e dos posicionamentos religiosos, a Verdade a respeito do Cristo não pode ser obnubilada. “Porque nada há de oculto que não venha a ser revelado, e nada em segredo que não seja trazido à luz do dia” (Marcos, 4:22).

PLANO PARA OCULTAR O ANÚNCIO DO RESSURGIMENTO DE JESUS

A anunciação do ressurgimento de Jesus

 

Emídio Brasileiro 

 

Tendo entrado no sepulcro e estando perplexas a esse respeito, eis que se apresentaram diante delas dois homens em vestes resplandecentes. Um deles era jovem e estava sentado à direita, vestido com uma túnica branca. Amedrontadas, inclinaram o rosto para o chão. Mas o anjo disse às mulheres: “Não temais! Sei que procurais Jesus Nazareno, que foi crucificado. Por que procurais entre os mortos aquele que está vivo? Ele não está aqui, porque já ressuscitou, como havia dito”. (Mateus, 28:5- 8; Marcos, 16:5-8; Lucas, 24:4-8).

Ao entrarem no sepulcro de Jesus, Maria Madalena e as outras mulheres o encontraram vazio, o que causou perplexidade e não desilusão. Quando as mulheres ainda não sabiam o que decidir, dois anjos materializados em forma de homens se apresentaram a elas. Um era jovem e o outro adulto.

O anjo de aparência jovem e com uma túnica branca estava sentado do lado direito das visões das mulheres. Ao perceberem que esses homens eram espíritos angelicais materializados ficaram com certo medo e se posicionaram com referência com seus rostos inclinados para o chão, conforme um dos costumes judaicos para oração. Elas ficaram na posição de servo, sem elevar os olhos, provavelmente com as mãos sobre o coração, com a direita sobre a esquerda, demonstrando humildade.

Ao perceber o temor e a curiosidade das mulheres devotadas ao Cristo, provavelmente o anjo de aparência adulta confortou as mulheres, informando-as que Jesus havia ressurgido, conforme o Mestre afirmara:

“É necessário que o Filho do Homem seja entregue nas mãos dos pecadores, seja crucificado e ressuscite ao terceiro dia”.

Ao mostrar o sarcofago vazio onde se encontrava o corpo do divino Messias, um dos anjos, provavelmente o encarregado da missão, recomendou que elas levassem aos discípulos de Jesus e a Pedro a mensagem consoladora da ressurreição espiritual e o convite de Jesus para que fossem a Galileia, onde ele estaria os veriam.

Enquanto o anjo falava, as discípulas de Jesus se recordaram de suas palavras e saíram do local do sepulcro num misto de medo, alegria e incertezas. Provavelmente, elas sentiram medo de que algo desagradável houvesse ocorrido com o Mestre amado alcançou seus corações.

É razoável pensar que no domingo da ressurreição os discípulos de Jesus ainda estavam sob estado de choque diante do seu martírio ocorrido na sexta-feira e do inesquecível abatimento moral que envolveu seus devotados seguidores e entes amados.

A mensagem do Cristo aos discípulos, no entanto, era de bom ânimo e de fé. O Mestre ainda lhes traria lições preciosas de paz, de união e de amor ao próximo. Jesus apareceria dez vezes para demonstrar a imortalidade do Espírito e a transitoriedade da vida terrena.

Maria Madalena, a outra Maria, mãe de Tiago, Joana, Salomé e outras mulheres foram ao encontro dos apóstolos para noticiar o acontecido. Os evangelhos detalham que foram correndo para que todos soubessem da boa notícia e pudessem atender à solicitação do Mestre. Não poderiam demorar! Foi um momento de forte emoção!

As mulheres do Evangelho sempre desempenharam papeis de muita importância na História da Vida de Jesus. Elas foram as escolhidas por ele para receber as principais notícias do Mestre por intermédio de seus assessores angelicais.

As anunciações do nascimento e da ressurreição de Jesus somente poderiam ocorrer para quem fosse portador de muita humildade, abnegação e benevolência. Aquelas mulheres foram os anjos encarnados que assessoraram Jesus antes e depois de seu desenlace carnal.

As discípulas de Jesus foram as suas mensageiras da fé, da coragem e da persistência ainda que estivessem diante de preconceitos, incredulidades e zombarias. Foram escolhidas como porta-vozes das verdades imortais e, tal qual Maria de Nazaré, nunca negaram suas missões porque diziam da intimidade da alma do mesmo modo que a Santa de Nazaré durante toda sua existência: “Eis aqui a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a Sua palavra!” (Lucas, 1:38).

A ANUNCIAÇÃO DO RESSURGIMENTO DE JESUS

Os Testemunhos das Discípulas de Jesus

 

Emídio Brasileiro 

 

Correndo, voltaram do sepulcro e anunciaram todas estas coisas aos Onze e a todos os outros. Eram Maria Madalena, Joana e Maria, mãe de Tiago. Também as outras mulheres que estavam com elas relataram estas coisas aos apóstolos. E as suas palavras lhes pareceram desvario. Por isso não lhes deram crédito. Disseram, pois, a Simão Pedro e ao outro discípulo, a quem Jesus amava:

“Tiraram o Senhor do sepulcro e não sabemos onde o puseram”.

Levantando-se, saiu Pedro com o outro discípulo e foram ao sepulcro. Os dois corriam juntos, mas o outro discípulo correu mais ligeiro do que Pedro e chegou primeiro ao sepulcro. Inclinando-se, viu no chão os panos de linho, mas não entrou. Chegou pois Simão Pedro, que o seguia, e, inclinando-se, entrou no sepulcro e viu no chão os panos de linho, o sudário que estivera sobre a cabeça de Jesus.

Então entrou também o outro discípulo, que chegara primeiro ao sepulcro, e viu e creu. Porque ainda não compreendiam a Escritura,que ele devia ressuscitar dos mortos.

E os discípulos voltaram para casa. Pedro voltou para casa muito surpreso com o que havia acontecido (Lucas 24:9-12, João 20:2-10).

Uma comitiva de discípulas de Jesus representada por Maria Madalena, Joana e Maria, mãe de Tiago, foi relatar aos apóstolos que o sepulcro de Jesus estava vazio e elas não sabiam onde estava o corpo do Mestre.

Diante da notícia, os apóstolos ficaram perplexos. Para eles, as narrativas das mulheres pareciam delírio. Ademais, os discípulos não poderiam acreditar que alguém houvesse furtado o corpo de Jesus ou que tão rapidamente houvesse ocorrido a ressurreição.

Alguns apóstolos reagiam com desconfiança enquanto outros demonstravam indiferença diante do devotamento das mulheres face ao medo, ao preconceito e ao abalado estado emocional que os dominavam.

Pelas características do seu Evangelho, o apóstolo João não se referia nominalmente quando participava de algum acontecimento vinculado ao Mestre. Todavia, foi ele junto a Pedro verificar o sepulcro de Jesus.

Pedro e João foram constatar os relatos das discípulas embora reconhecessem a seriedade dos relatos. Eles foram até o sepulcro de Jesus com notória ansiedade. Eles queriam saber in loco a respeito da provável ressurreição do Mestre embora não compreendessem a natureza desse fenômeno.

Enquanto corriam em direção ao sepulcro, pensamentos de curiosidade e conjecturas a respeito da ressurreição do Cristo povoaram as mentes dos dois apóstolos do Cristo. Seguiram juntos e depois de determinado momento, João comeu à frente de Pedro, demonstrando elevado anseio para desvendar acontecido.

Ao chegarem ao sepulcro de Jesus, os dois discípulos confirmaram os relatos das mulheres. O túmulo estava vazio. Somente os panos que envolveram o corpo e o sudário que cobriu a cabeça do Messias foram encontrados. Os anjos não mais estavam no local.

Os Evangelhos não revelam se os apóstolos recolheram os panos encontrados no túmulo.

Pedro retornou para sua casa bastante surpreso com tudo que havia ocorrido. Provavelmente, Pedro e João nutriram sentimentos e reflexões diante do desaparecimento do corpo do Mestre, dos relatos das mulheres e da profecia que anunciava o seu reaparecimento depois de sua morte. Os dois apóstolos confirmariam aos demais discípulos a respeito do que viram.

Somente Pedro e João foram até o sepulcro de Jesus para confirmarem as palavras das mulheres. É bem provável que os outros nove apóstolos não foram ver o túmulo do Rabi para atender as recomendações de Pedro, o qual se destacava na liderança do colégio apostolar. Afinal, não era prudente que todos os discípulos fossem até o sepulcro de Jesus. Nesse caso, Pedro seguiu as orientações do Messias quando enviava os seus apóstolos para a missão de pregar a Boa Nova sempre de dois em dois. Para aquela missão especial, Pedro escolheu João para acompanhá-lo e recomendou que os demais esperassem os seus retornos.

Depois dos relatos de Pedro e de João, os demais apóstolos seguiriam a Galileia, conforme a mensagem do anjo, onde teriam encontros inesquecíveis com 0 Mestre, que lhes encorajaria para testemunhos maiores na senda da Redenção e para a sublime e eterna obediência aos Planos Perfeitos de Deus.

OS TESTEMUNHOS DAS DISCÍPULAS DE JESUS

Um anjo remove a pedra do sepulcro de Jesus

 

Emídio Brasileiro 

 

E eis que houve um grande terremoto, porque um anjo do Senhor desceu do céu, aproximou-se, removeu a pedra e sentou-se sobre ela. O seu aspecto era como o relâmpago e as suas vestes eram brancas como a neve. De medo dele, os guardas tremeram e ficaram como mortos (Mateus 28:2-4).

No primeiro dia da semana, bem de madrugada, sendo ainda escuro e ao levantar do sol, foram elas ao sepulcro, levando os aromas que tinham preparado. E diziam entre si: “Quem rolará para nós a pedra da entrada do sepulcro?” Porque a pedra era muito grande. Maria Madalena e as outras mulheres, levantando os olhos, viram que a pedra fora removida do sepulcro. Entrando, porém, não encontraram o corpo do Senhor Jesus (Marcos 16:2-4, Lucas 24:1-3, João 20:1).

Os soldados romanos que guardavam o sepulcro de Jesus foram os únicos a presenciar o tremor que atingiu a região e o aparecimento do anjo que “desceu do céu”, removeu a pedra do sepulcro e depois se sentou sobre ela.

O Evangelho de Mateus, o único a narrar esse episódio, não revela o nome do anjo, ou seja, do Espírito Puro ou Superior, que fora comparado a um relâmpago e suas vestes, ou sua forma perispirítica, eram alvas semelhantes a neve.

Verifica-se que, do mesmo modo que o nascimento de Jesus foi anunciado por um anjo, denominado Gabriel, também o seu retorno do Messias, depois de sua morte na cruz, foi anunciado por um anjo, que poderia ter sido o anjo Gabriel ou outro anjo da mesma envergadura espiritual.

O tremor e o ato da remoção da pedra sepulcral poderia ter sido a consequência da ação da vontade do anjo e de sua energia que soube se apropriar de elementos da Natureza terrena para promover esses fenômenos de ordem física.

Ademais, a descida do anjo poderia ter causado o terremoto que, simultaneamente, fez a pedra rolar, abrindo o sepulcro de Jesus. No entanto, tal hipótese não coaduna porquanto outros sepulcros poderiam ter sido abertos em decorrência da descida do anjo, fato que não ocorreu porque o Evangelho não relata.

Devido aos poderes de Jesus, não seria necessário um anjo para remover a pedra de seu sepulcro, ele mesmo tudo faria para o cumprimento da Profecia. Contudo, a missão dos anjos junto ao sepulcro do Messias, era anunciar o cumprimento da profecia a respeito do retorno do Mestre da Pátria Espiritual para consolidar a sua mensagem de fé, de esperança, de amor e de consolação. Os assessores espirituais de Jesus estavam sempre dispostos a auxiliá-lo em sua missão gloriosa. Por isto, diante de Pedro disse o Rabi: “Embainha a tua espada; pois todos os que lançam mão da espada pela espada morrerão! Ou imaginas tu que eu, neste momento, não poderia orar ao meu Pai e Ele colocaria à minha disposição mais de doze legiões de anjos? No entanto, como se cumpririam as Escrituras, que afirmam que tudo deve ocorrer desta maneira?” (Mateus 26:52-54). Também, diante da morte aparente de Lázaro, Jesus não retirou a pedra do sepulcro com seus poderes, embora assim pudesse proceder, mas solicitou que removessem a pedra e depois ordenou que Lázaro saísse do túmulo.

Os guardas romanos, que foram treinados para nada temer, foram tomados de medo e trêmulos ficaram como mortos”. Provavelmente, ficaram deitados com muito pavor, simulando suas mortes.

Depois do aparecimento desse e de outros anjos, Jesus desmaterializou o seu corpo de carne e a partir desse momento, passou a se apresentar com o seu corpo perispirítico, podendo tomar a forma humana anterior por meio da materialização para provar a sua identidade espiritual. Desse modo, deixou o sepulcro vazio.

O anjo que removeu a pedra permaneceu por algum tempo sentado sobre ela à espera das mulheres que se dirigiam ao sepulcro.

Os soldados saíram em disparada para relatar o acontecido às autoridades.

Ainda no domingo, ao chegarem ao túmulo para completarem o processo de unção do corpo de Jesus, preocupadas com a remoção da pedra tumular, Maria Madalena e as outras mulheres ficaram surpresas com a pedra removida e como túmulo vazio. Foram a primeiras a constatarem o cumprimento das Escrituras. O túmulo estava vazio, mas, diante daquela sublime ausência, os corações daquelas mulheres ficariam plenos, tais quais os corações dos pastores de Belém ao reverenciarem o Menino Jesus.

A partir desse episódio, o Poder de Deus demonstrou aos incautos do mundo que a suprema Justiça prevalece, que a Luz da Sabedoria é eterna e a Sua Vontade soberana jamais será vencida e não deve ser contrariada.

UM ANJO REMOVE A PEDRA DO SEPULCRO DE JESUS

Diante do Sepulcro de Jesus

 

Emídio Brasileiro 

 

No dia seguinte, isto é, depois do Parasceve, reuniram-se os principais sacerdotes e os fariseus perante Pilatos e lhe disseram:

“Senhor, lembramo-nos de que aquele impostor disse em vida: ‘Depois de três dias ressuscitarei! Manda, pois, que o sepulcro seja guardado com segurança até o terceiro dia, para que não aconteça que os discípulos venham furtá-lo e depois digam ao povo ‘Ele ressuscitou dos mortos!’ E este último engano seja pior que o primeiro”.

Pilatos respondeu-lhes: “Vós tendes a guarda. Ide e guardai-o como entendeis”.

E eles, retirando-se, puseram em segurança o sepulcro, selando a pedra e colocando soldados (Mateu, 27:62-66).

No fim do sábado, quando já despontava o primeiro dia da semana, Maria Madalena, a outra Maria, mãe de Tiago, e Salomé foram ver o sepulcro e compraram aromas para ir ungi-lo. (Mateus 28:1, Marcos 16:1).

Depois de saberem que José de Arimateia e Nicodemos deram sepultamento digno ao corpo de Jesus, os principais sacerdotes e os fariseus ficaram irados e receosos com a possibilidade do cumprimento das profecias que anunciaram o reaparecimento do Messias depois da crucificação. Decepcionados, esses detratores não imaginaram que dois dos membros mais ilustres do Sinédrio eram seguidores fieis do Cristo. A partir desse episódio, eles tudo fariam para macular a reputação do divino Rabi e de perseguir seus discípulos, entre os quais, José de Arimateia e Nicodemos.

A primeira providência dos Principais sacerdotes e dos fariseus, provavelmente liderados por Caifás e Anás, foi solicitar a Pilatos forte vigilância para o sepulcro de Jesus até o terceiro dia porque justificaram ao Procurador Romano que o corpo do condenado poderia ser furtado por seus discípulos para depois proclamar ao povo que ele havia ressuscitado. Como argumento final, disseram a Pilatos: “E esse último engano seja pior que o primeiro”.

Para atender e agradar as autoridades judaicas, Pilatos ordenou que soldados romanos vigiassem o sepulcro de Jesus. Para essas autoridades, seria mais difícil subornar soldados romanos do que os guardas do templo, constituída de judeus. Ademais, se a guarda não fosse romana não haveria razão de fazer esse veemente pedido a Pilatos. Provavelmente, isso ocorreu nas primeiras horas do sábado depois da Parasceve ou Preparação, que ocorria na sexta-feira, dia em que se preparava o necessário para não que brar o repouso do sábado.

Os sacerdotes e os fariseus acompanhados da guarda romana selaram a pedra do sepulcro conforme a tradição judaica, ou seja, usaram uma corda esticada ao redor da pedra e selada em sua extremidade.

Os adversários de Jesus tomaram todas as providências para que a história da vida do Messias tivesse um fim trágico com o seu martírio na cruz. Além disso, o cumprimento da profecia com o ressurgimento do Mestre representava definitiva vitória do bem sobre o mal, da luz sobre as trevas.

No fim do sábado, quando já despontava o domingo, palavra que significa “dia do Senhor”, Maria Madalena, Maria mãe de Tiago, e Salomé foram ver o sepulcro e comparam aromas para ir ungi-lo. O que consiste em mais uma homenagem dispensada ao corpo do Cristo e, provavelmente, atender a tradição de completar a unção iniciada por José e Arimateia e Nicodemos, somente interrompida devido a chegada do sábado.

Enquanto os adversários do Cristo o perseguiam para evitar mais uma das manifestações da Suprema Verdade, as suas devotadas discípulas buscavam cuidar de seu corpo para a consumação de um sepultamento digno de sua realeza espiritual. Cuidado que não mais seria necessário, pois que elas encontrariam o sepulcro vazio.

Nenhuma vontade humana poderá impedir os desígnios de Deus. Nenhuma treva poderá empanar o brilho da luz no tempo marcado para que todos possam se beneficiar das luminosidades do Amor, da Verdade e da Justiça.

O martírio, a crucificação e o sepultamento de Jesus não seriam o crepúsculo de sua trajetória espiritual, mas o necessário fechamento de um ciclo que possibilitou a abertura de outro ciclo messiânico que somente se fechará com a redenção de todas as ovelhas de seu aprisco terreno, conforme a Suprema Vontade de Deus.

 

DIANTE DO SEPULCRO DE JESUS

Jesus: entre a cruz e a lança

 

Emídio Brasileiro 

 

Como era a Preparação, os judeus, para que no sábado não ficassem os corpos na cruz, pois era grande o dia de sábado, rogaram a Pilatos que lhes quebrassem as pernas e fossem dali retirados.

Vieram pois os soldados e quebraram as pernas do primeiro e depois do outro, que fora crucificado com ele. Chegando a Jesus e vendo-o já morto, não lhe quebraram as pernas, mas um dos soldados lhe abriu o lado com uma lança e logo saiu sangue e água.

Aquele que viu dá testemunho eo seu testemunho é verdadeiro: Ele sabe que diz a verdade, para que também vós creiais. Porque isto aconteceu para que se cumprisse a Escritura: ‘Nenhum dos seus ossos será quebrado. E outra Escritura diz também: ‘Olharão para aquele que transpassaram (João 19:31-37).

Somente o Evangelho de João narra esse fato. João estava muito próximo para ver um soldado abrindo o lado de Jesus com uma lança. Ao confirmar a sua narrativa, João dá testemunho solene a respeito do episódio. Mais uma vez, a quarta preocupação do Mestre em demonstrar a veracidade das Escrituras também é exemplificada por seu Discípulo Amado que demonstra a confirmação das profecias mesmo depois de sua desencarnação.

A crucificação durante o período da Páscoa não era regra e sim exceção porquanto condenados eram crucificados em diversos dias do ano. A sexta-feira que antecedia a Páscoa era considerada o Dia da Preparação e recebeu esse nome pelo fato de nesse dia serem feitos os preparativos para essa festa.

Segundo a tradição judaica, durante o sábado anterior à Páscoa não poderia permanecer corpos em cruzes e por isso solicitaram a Pilatos que quebrassem as pernas dos acusados e fossem dali retirados”. Pilatos atendeu ao pedido ao respeitar a tradição religiosa dos judeus.

Dois soldados quebraram as pernas de Dimas e de Gestas com uma barra de ferro para apressar a morte, mas isso não ocorreu com Jesus porque constataram que o Mestre já estava desencarnado. Desse modo, também se cumpriu a recomendação da Escritura que diz em Êxodo 12:46:

“Comereis numa só casa; e não levareis dessa casa nenhum pedaço de carne nem quebrareis osso algum”.

A morte na cruz pode demorar horas e ir além de 3 dias, dependendo do tipo de crucificação e das condições do sentenciado, que poderia ser amarrado, o que era comum, ou pregado numa cruz, conforme ocorreu com Jesus. A narrativa evangélica informa que Jesus levou 6 horas para desencarnar, das 9 horas às 15 horas. Ademais, segundo o costume romano, os condenados eram torturados antes da crucificação, mesmo sendo a cruz um instrumento de tortura.

Lee Strobel, em sua obra “Em defesa de Cristo”, apresenta uma entrevista que fizera ao Doutor Alexander Metherell, Ph.D., médico dos Estados Unidos especialista em medicina forense, e num trecho dessa entrevista descreve a morte pela crucificação romana:

“Uma vez que a pessoa está pendurada em posição vertical, a crucificação é, em essência, uma lenta agonia até a morte por asfixia. A razão para isso é a tensão dos músculos e do diafragma deixa o peito na posição de inalar. Para exalar, a pessoa tem de firmarse sobre os pés, para aliviar por um pouco a tensão dos músculos. Ao fazer isso, o prego rasga o pé, até se prender contra os ossos do tarso. Depois de conseguir exalar, a pessoa pode relaxar einalar novamente. Depois tem de empurrar-se novamente para cima, para exalar, esfregando suas costas esfoladas contra a madeira áspera da cruz. Isso se repete até que a exaustão total toma conta, e a pessoa não consegue mais se erguer para respirar. Ao diminuir a respiração, ela entra no que é chamado acidose respiratória: o dióxido de carbono no sangue é dissolvido em ácido carbônico, fazendo a acidez do sangue aumentar. Isso faz o coração bater de modo irregular. Quando seu coração começou a bater irregularmente, Jesus deve ter entendido que estava chegando a hora da morte, e disse: “Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito. Depois morreu de ataque cardíaco.”

Jesus acompanhou todo o processo de sua desencarnação, respeitando as leis biológicas da Terra. Ele teve total controle para sair definitivamente de seu corpo e evitou qualquer transtorno ao sistema planetário devido à sua poderosa energia espiritual.

Não se sabe o nome do soldado que feriu o corpo do Messias com uma lança e nem o lado escolhido para isso. Todavia, é possível que tenha sido o lado esquerdo para não restar dúvidas acerca de sua morte. Esse fato cumpriu o que estar escrito em Zacarias 12:10:

“Sobre a casa de Davi e sobre os habitantes de Jerusalém derramarei um espírito de graça e de súplica, e eles olharão para mim. Quanto àquele que eles transpassaram, eles o lamentarão como se fosse a lamentação de um filho único e chorarão como se chora sobre o primogênito”.

Segundo a tradição, Longino seria o nome do soldado, porém, a palavra “longinus”, refere-se a lança que feriu Jesus, a qual mais tarde seria denominada “Lança do Destino”. A tradição ainda assevera que respingos do líquido que saíu do corpo do Mestre curou instantaneamente esse soldado de uma enfermidade ocular que sofria há muitos anos. Depois de ser curado, o soldado reconhecido abandonou o exército romano e se dedicou a divulgação dos ensinos de Jesus, dando testemunho de sua fé e sendo mártir pela causa cristã.

Ao longo da vida, muitas lanças nos ferem a existência. São lanças que retornam para quem as lançou ou lanças inevitáveis do destino para quem defende ou vivencia o Amor, a Verdade e a Justiça, conforme ocorreu com Jesus. Ademais, há destinos que construimos e destinos que o Pai constrói para nós. Independentemente da lança que nos atinge, que saiam de nós a água que simboliza a vida e o sangue que representa o amor à vida. Isso, para estabelecermos a cura para os nossos males morais e demais imperfeições que nos cercam ou nos atingem devido à cegueira da ignorância.

Que mantenhamos os ciclos da evolução do Espírito. Em Jesus, as nossas pernas evolutivas não serão quebradas e sim mantidas e cuidadas. No entanto, sem as verdades do Cristo de Deus, teremos quebrados OS OSSOS que nos possibilitam a mobilidade evolutiva, levando-nos à morte temporária do estacionamento espiritual.

Todos nós um dia estaremos entre a cruz e a lança, conforme ocorreu com o sublime Rabi. Roguemos à misericórdia do Pai que transformemos as nossas cruzes e as nossas lanças em luzes infinitas de Redenção.

JESUS ENTRE A CRUZ E A LANÇA

Jesus perante Pilatos: a condenação

 

Emídio Silva Falcão Brasileiro

 

PARECER DE PILATOS

 

Pilatos saiu de novo para fora e lhes disse: “Vede: eu vo-lo trago, para que saibais que não encontro nele nenhum anime”.

Jesus saiu, trazendo a coroa de espinhos e o manto de púrpura. E Pilatos lhes disse: “Eis o homem!”.

Quando o viram, os principais sacerdotes e os guardas gritaram, dizendo: “Crucifica-o! Crucifica-o!”.

Disse-lhes Pilatos: “Tomai-o vós e crucificai-o, porque eu não encontro nele crime algum”.

Os judeus responderam-lhe: “Nós temos uma Lei e, segundo a Lei, ele deve morrer, porque se fez Filho de Deus”.

Quando Pilatos ouviu essa palavra, ficou mais atemorizado. Entrou novamente no Pretório e disse a Jesus: “De onde és tu?” Mas Jesus não lhe deu resposta.

Disse-lhe, então, Pilatos: “Tu não me respondes? Não sabes que tenho poder para te soltar e poder para te crucificar?”.

Respondeu-lhe Jesus: “Nenhum poder terias sobre mim, se não te fosse dado do Alto; por isso, quem me entregou a ti tem maior pecado”.

Daí em diante, Pilatos procurava soltá-lo. Mas os judeus gritavam, dizendo: “Se o soltas, não és amigo de César! Todo aquele que se faz rei se declara contra César!”.

Então Pilatos, ouvindo tais palavras, trouxe Jesus para fora e o fez sentar-se no tribunal, no lugar chamado Pavimento, em hebraico Gábata.

Era dia de preparação da Páscoa, e quase à hora sexta. E disse Pilatos aos judeus: “Eis o vosso rei!”

Mas eles gritavam: “Tira, tira, crucifica-o!”.

Disse-lhes Pilatos: “Hei de crucificar o vosso rei?”.

Os principais sacerdotes responderam: “Não temos rei senão César” (João 19: 4-15).

PILATOS LAVA AS MÃOS

Vendo Pilatos que nada conseguia e o tumulto aumentava cada vez mais, mandou vir água e lavou as mãos diante do povo, dizendo: “Estou inocente do sangue deste justo. Fique o caso convosco”.

E todo o povo respondeu, dizendo: “O seu sangue caia sobre nós e sobre nossos filhos”.

Pilatos, então, querendo satisfazer ao povo, decidiu atender-lhes o pedido. Soltou-lhes Barrabás que eles reclamavam e que fora lançado na prisão por motim e homicídio. Quanto a Jesus, depois de tê-lo feito flagelar, entregou-o à vontade deles, para que fosse crucificado (Mateus 27:24-26, Marcos 15:15, Lucas 23: 24-25, João 19:16).

Pôncio Pilatos inocentou Jesus, mas permitiu que os representantes do Sinédrio e seus seguidores executassem a pena de morte, ou seja, praticassem o homicídio contrariando a legislação romana. A conveniente omissão de Pilatos, que abandonou um inocente tendo poder de libertá-lo e de garantir-lhe a liberdade, assombraria os juristas de todos os tempos.

Depois que o Messias foi violentamente vilipendiado durante a pena de flagelação, a turba agitada em ódio o viu com a coroa de espinhos e com um manto vermelho que se misturava ao seu sangue que cobria todo o seu corpo.

Diante do sinistro simulacro de julgamento, mais uma vez os principais sacerdotes lideravam os gritos de ordem para que Jesus fosse crucificado. Até o fim desse “julgamento” Pilatos manteria a postura de declarar a inocência de Jesus, mas o abandonaria nas mãos homicidas dos perseguidores frenéticos.

A postura de Pilatos representa muito bem a diferença entre o que se fala e o que se faz o poder do verbo  se dilui ante os poderes da ação e da omissão.

O Império Romano começou o seu crepúsculo depois do julgamento de Pilatos. Ao lavar suas mãos, Pilatos inundou a história de Roma com vergonha e cinismo.

Dois foram os argumentos ardilosos dos sacerdotes e de seus seguidores nesse julgamento contrário à Justiça Romana:

I-A lei judaica como fundamento para condenação à morte aos que se consideravam o Messias esperado. Condenação confirmada pelo Sinédrio.

II – A lei romana como base para condenação à morte para quem se considerava rei. Condenação pelo Direito romano ali evocado pela lembrança do Imperador e aparente fidelidade ao seu reinado.

Ainda assim, diante desse cenário voraz, Jesus ministrou a sua última lição a Pilatos como sinal de misericórdia para que viesse despertar para realidade espiritual. Lição para toda Humanidade: Todo poder vem de Deus. O Mestre ainda nos ensinou a respeito da relatividade dos erros: “Quem me entregou a ti tem maior pecado”, ao se referir aos líderes religiosos de seu tempo.

As narrativas dos Evangelhos demonstram por um lado o esforço de Pilatos em inocentar e libertar Jesus, mas, sob outro aspecto, Pilatos é o responsável pelo ato da flagelação acompanhado de zombaria e tortura e por incitar ainda mais o ódio dos presentes com a ironia: “Hei de crucificar o vosso rei?".

O desfecho desse julgamento tétrico foi a declaração de Pilatos de que era inocente da execução de um justo, reafirmando com o ato simbólico de lavar as mãos. Pilatos repassou a responsabilidade do julgamento e consequente execução aos principais sacerdotes e, para consolidar a ação egoísta de agradar os injustos, libertou Barrabás.

O ato da flagelação já havia sido autorizado ao pensar Pilatos numa estratégia para libertar o Messias.

Os intransigentes inimigos de Jesus sabiam dos débitos morais que os assolariam em decorrência de uma injustiça e por isto disseram: “O seu sangue caia sobre nós e sobre nossos filhos”. Afirmativa que soou como mais uma pressão para Pilatos. Afinal, o que importava para eles era a morte do Messias porquanto não acreditavam que estariam em débito perante a Lei de Deus. Pensavam eles que estariam a extirpar grande mal para a sociedade judaica.

A condenação de Jesus foi expressa e tácita ao mesmo tempo. O Sinédrio condenou o Messias de forma expressa e Pilatos de maneira tácita por não querer se indispor com os líderes de Jerusalém.

O julgamento de Jesus foi o único julgamento da História da Humanidade em que o juiz declarou o acusado inocente, mas permitiu que a pena fosse executada por seus acusadores.

O simbolismo de lavar as mãos, praticado por Pilatos, representou a passividade diante da injustiça, o medo de cumprir um dever de ofício, a execução de um plano equivocado de poder temporal e a ignorância em face dos mecanismos de Justiça da Lei Natural.

Ao longo dos milênios, o egoísmo de lavar as mãos diante do cumprimento de deveres morais tem assolado os mundos iguais a Terra, causando inomináveis dores físicas e morais aos seus praticantes, o que comprova que erramos mais pela indiferença aos sofrimentos do próximo do que pela ação perversa.

O julgamento de Pilatos se repete em nossas atitudes quando usamos mal o livre-arbítrio ao nos deixarmos devorar pelas preocupações da vida material sem nos atermos ao verdadeiro sentido da vida: O trabalho para a evolução e o aperfeiçoamento intelecto-moral do Espírito. Esse processo de purificação espiritual somente ocorre quando nos importamos em aliviar dores físicas e morais do próximo em sintonia perfeita com as práticas do Amor, do Perdão e da Caridade.

JESUS PERANTE PILATOS: A CONDENAÇÃO

Jesus aparece primeiramente a Maria Madalena – Parte 2

 

Emídio Brasileiro

 

Tendo Jesus ressuscitado na madrugada do primeiro dia da semana, apareceu primeiramente a Maria Madalena, da qual havia expulsado sete demônios.

Ora, estava Maria junto ao sepulcro, da parte de fora, chorando. Enquanto chorava, inclinou-se para o interior do sepulcro e viu dois anjos, vestidos de branco, sentados no lugar onde fora colocado o corpo de Jesus, um à cabeceira e outro aos pés. Disseram-lhe eles:

“Mulher, por que choras?"

Ela lhes respondeu: “Porque retiraram o meu Senhor, e não sei onde o puseram!” (Marcos 16:9-11, João 20:11-18).

JESUS APARECE A DIVERSAS MULHERES

Eis que Jesus veio ao encontro delas, dizendo-lhes: “Eu vos saúdo!”

E elas, aproximando-se, abraçaram-lhe os pés e o adoraram. Disse-lhes então Jesus:

“Não temais! Ide anunciar aos meus irmãos que se dirijam para a Galileia e lá me verão” (Evangelho de Mateus, cap. 28, v. 9 e 10).

Depois de responder aos anjos, Maria Madalena ouviu a mesma indagação de Jesus acrescida de outra pergunta: “A quem procuras?” No entanto, Maria não reconheceu a voz do Mestre de imediato porque pensou que ele fosse o jardineiro.

Após Jesus chamá-la pelo nome, Maria virou-se e o reconheceu e o chamou de Rabbuni, que significa Mestre. Jesus se apresentou a Maria num corpo materializado semelhante ao seu corpo físico, mas sem o abatimento supremo que o levou à morte.

Jesus, na presença dos anjos, disse a Maria:

“Não me retenhas, porque ainda não subi ao Pai. Mas vai a meus irmãos e dize-lhes: Subo para meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus”.

Desse modo, o sublime Rabi sintetizou a sua condição de Espírito materializado. Com o novo corpo, ele não mais poderia viver sobre a Terra como outrora. Logo mais, ele haveria de ascender ao seio do Pai. Ademais, ele recomendou a Maria Madalena que retransmitisse aos seus apóstolos, os quais ele chamou de “irmãos”, que soubessem de sua breve estadia e de sua futura ascensão.

Maria fora anunciar aos apóstolos, que “estavam tristes e chorando”, o seu encontro inesperado e reconfortante com Jesus, mas eles duvidaram. Não poderiam entender o processo da materialização de um corpo físico e por qual razão Jesus apareceu primeiramente a Maria.

O Evangelho de Mateus ainda narra que o Mestre apareceu a diversas discípulas, mas não se sabe se elas estavam do lado de fora do sepulcro, se o encontro ocorreu logo após a conversa com Maria Madalena ou se foi num outro momento. Nesse encontro, as devotadas mulheres “abraçaram-lhe os pés” e mais uma vez Jesus solicita que elas anunciem aos apóstolos que se dirigissem a Galileia, onde o veriam.

Inicialmente o sepulcro foi o local escolhido por Jesus para aparecer às suas discípulas logo depois de seu ressurgimento. Ele transformou o seu túmulo em templo de renovação e de fé.

Ademais, não somente os anjos escolheram as mulheres para anunciar a ressurreição espiritual de Jesus. O próprio Cristo também escolheu as mulheres, ou seja, seus anjos encarnados para missão especial de levar a Boa Notícia do seu ressurgimento aos seus discípulos.

No Evangelho de Jesus, sempre coube às mulheres a missão de anunciar a Vida e aos homens a triste incumbência de cumprir as profecias que anunciaram a perseguição, a traição, o abandono, a tortura ea condenação do Messias à morte.

Aos Espíritos que reencarnam em corpos femininos a missão maior de cumprir os desígnios do Pai que é a de ensinar aos homens os valores do amor, da piedade, da fé, da humildade e do perdão, ainda que estes não entendam, não aceitem e ainda critiquem as escolhidas de Deus.

Ave Maria Madalena!

Depois de Maria de Nazaré e entre as discípulas de Jesus, Maria Madalena foi a mulher maior do Evangelho porque não teve medo de chorar, junto ao sepulcro do Senhor, as lágrimas da saudade e da preocupação com o seu corpo. Isso porque essa missionária compreendeu que a História do Cristo iria além da cruz e foi a escolhida por ele para confirmar que a Vontade de Deus sempre impera sobre tudo e todos e que Ele nunca nos abandona à sorte das nossas pobres escolhas equivocadas e mesquinhas.

JESUS APARECE PRIMEIRAMENTE A MARIA MADALENA – PARTE 2

Jesus aparece primeiramente a Maria Madalena – Parte 1

 

Emídio Brasileiro

 

Tendo Jesus ressuscitado na madrugada do primeiro dia da semana, apareceu primeiramente a Maria Madalena, da qual havia expulsado sete demônios.

Ora, estava Maria junto ao sepulcro, da parte de fora, chorando. Enquanto chorava, inclinou-se para o interior do sepulcro e viu dois anjos, vestidos de branco, sentados no lugar onde fora colocado o corpo de Jesus, um à cabeceira e outro aos pés. Disseram-lhe eles:

“Mulher, por que choras?”

Ela lhes respondeu: “Porque retiraram o meu Senhor, e não sei onde o puseram!”

Ao dizer isso, voltou-se para trás, e viu Jesus de pé, mas não sabia que era Jesus. E disse-lhe Jesus: “Mulher, por que choras? A quem procuras?”

Ela, julgando que fosse o jardineiro, disse-lhe:

“Senhor, se tu o tiraste, dize-me onde o puseste e eu o irei buscar!”

Disse-lhe Jesus: “Maria!”

Ela virando-se, disse-lhe em hebraico: “Rabbuni!”, que quer dizer “Mestre”.

Jesus lhe disse: ‘Não me retenhas, porque ainda não subi ao Pai. Mas vai a meus irmãos e dize-lhes: Subo para meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus.

E foi Maria Madalena anunciá-lo aos discípulos, àqueles que tinham estado com ele, os quais estavam triste se chorando: “Vi o Senhor”.

E contava que ele lhe dissera estas coisas. Eles, porém, ouvindo que Jesus vivia e tinha sido visto por ela, não acreditaram. (Marcos, 16:9-11 – João, 20:11-18).

Maria Madalena foi a escolhida por Jesus para anunciar sua ressurreição espiritual. Ela era de Magdala, cidade da Galileia, localizada na margem ocidental do lago de Genesaré também denominado Tiberíades e Mar da Galileia.

Dentre os discípulos do Mestre, Maria Madalena foi a única a prantear junto ao seu sepulcro envolvida por profunda tristeza diante do desaparecimento de seu corpo santo. Não bastasse o martírio aviltante sofrido por seu Mestre, Madalena estava mergulhada em dúvidas, receios e indizível abatimento moral diante da possibilidade de que algo ainda mais ultrajante pudesse ter ocorrido com o corpo de seu amado Mestre e Salvador. Teriam os sacerdotes raptado o corpo de Jesus em comum acordo com os romanos? Ainda que pensamentos a respeito da ressurreição do Messias pudessem consolar as lágrimas da ilustre filha de Magdala, pairava, em seu íntimo, imensa e agonizante dúvida a esse respeito.

É provável que naquele momento, Maria Madalena passasse em revista os seus longos dias de sofrimentos em face de uma enfermidade obsessiva causada por sete espíritos impuros. Madalena recordou o dia inesquecível em que Jesus a libertou do cativeiro obsessivo quando expulsou para sempre os sete atormentadores espirituais. Não se sabe a respeito da origem das nocivas influências espirituais e nem como agia Maria Madalena em decorrência dessa complexa obsessão.

Nenhum dos discípulos próximos a Jesus padeceu dor semelhante a de Maria Madalena ao ser perseguida por sete espíritos atormentados.

Os Evangelhos não relatam o episódio da cura de Maria de Magdala. No entanto, é provável que ela tenha recebido a bênção da cura das mãos de Jesus durante as curas numerosas ocorridas às margens do Mar da Galileia, conforme as narrativas de Mateus (15:2931) ou quando o Mestre e seus discípulos foram para região de Magdala ainda de acordo com os Evangelhos de Mateus (15:39) e de Marcos (8:10) ou, ainda, conforme a narrativa de Lucas (8:13) quando é mencionada pela primeira vez nas Escrituras:

“Aconteceu que, algum tempo depois, Jesus percorria cidades e aldeias, pregando e anunciando a Boa Nova do Reino de Deus. Acompanhavam Jesus os Doze e também algumas mulheres que haviam sido curadas de espíritos malignos e de enfermidades: Maria, chamada Madalena, da qual tinham saído sete demônios; Joana, mulher de Cuza, o procurador de Herodes; Suzana e muitas outras, que o serviam com seus bens”.

Entre lágrimas, Maria Madalena entrou no sepulcro e viu dois anjos sentados no lugar onde estava o corpo de Jesus, um à cabeceira e outro aos pés”, o que demonstra familiaridade entre eles e o Cristo.

Mesmo sabendo da razão das lágrimas de Maria, os dois anjos indagaram com carinho: “Mulher, por que choras?” Quase sem notar que aqueles dois homens eram anjos ao serviço do Cristo, Madalena lhes respondeu que era devido ao desaparecimento do corpo de Jesus.

JESUS APARECE PRIMEIRAMENTE A MARIA MADALENA – PARTE 1

Jesus no caminho do Gólgota

 

Emídio Silva Falcão Brasileiro

 

Então eles tomaram a Jesus e o levaram. Depois de terem escarnecido dele, tiraram-lhe o manto de púrpura, vestiram-lhe as suas vestes e o levaram para fora a fim de o crucificarem. E ele saiu, carregando a sua cruz.

Tendo saído, encontraram um homem de Cirene, de nome Simão. E obrigaram a Simão Cireneu que passava, vindo do campo, pai de Alexandre e de Rufo, a carregar-lhe a cruz. E puseram-lhe a cruz às costas, para que a levasse atrás de Jesus.

Seguia-o grande multidão de povo e de mulheres que batiam no peito e o lamentavam. Mas Jesus, voltando-se para elas, disse:

“Filhas de Jerusalém, não choreis por mim, mas chorai por vós mesmas e por vossos filhos! Porque eis que virão dias em que se dirá: Felizes as estéreis, os ventres que não geraram e os seios que não amamentaram! Então começarão a dizer às montanhas: Cai sobre nós! E às colinas: Cobri-nos! Porque se fazem assim com o lenho verde, o que não se fará ao seco?”.

Eram também levados dois malfeitores, para com ele serem mortos (Mateus 27:31-32, Marcos 15:20-21, Lucas 23:26-32, João 19:16-17).

A caminho do Gólgota, Jesus nos oferece grande lição de humildade, de sabedoria, de resignação e nos convida para refletir acerca dos mecanismos de um sistema injusto organizado por mãos humanas. Depois de tantas humilhações, Jesus caminhou rumo ao Calvário para ser crucificado juntamente com “dois malfeitores”. Ele recebeu pena de morte decorrente de um julgamento romano eivado de vícios jurídicos e de conveniências políticas e religiosas. Romanos e representantes do Judaísmo determinaram a crucificação de Jesus. Isto porque os romanos sentiram medo da liderança do profetizado “rei dos judeus” e os representantes do Templo de Jerusalém não aceitaram que ele fosse o Messias.

Jesus, no entanto, suportou o seu martírio com paciência e compaixão. Com dignidade, ele carregou a cruz da ignomínia. Com humildade, o sereno Rabi aceitou que Simão, da cidade de Cirene, carregasse o madeiro infame porque não suportava o seu peso devido ao cansaço e aos ferimentos sofridos durante a flagelação e todo o processo homicida. Quanto mérito espiritual ao ajudar o Mestre Nazareno nesse momento de grande dor! Um mérito que não coube a nenhum dos doze apóstolos. Somente Jesus poderia conhecer os mistérios dessa sagrada providência em designar um cirineu para prestar-lhe ajuda.

Simão de Cirene era um homem simples, despretensioso, que retornava do seu labor, mas não ficou indiferente às dores de três homens condenados à morte. Provavelmente, foi um dos muitos discípulos de Jesus ou se tornou um deles depois desse episódio. Também ele foi reconhecido e identificado como sendo pai de família que tinha dois filhos denominados Alexandre e Rufo, os quais são considerados discípulos de Jesus depois da crucificação.

Jesus segue rumo ao Gólgota com as suas vestes e sem o manto de púrpura que lhe fora imposto para humilhações e sarcasmos. Naquele tempo, somente os imperadores romanos poderiam usar um manto de púrpura, ou seja, de cor roxa. Os evangelistas narram a existência de grande multidão durante a trajetória dolorosa e ressaltam que muitas mulheres choraram devido a condenação de Jesus, o que, evidentemente, não exclui as lamentações dos homens que sabiam da inocência e da grandeza do incomparável Rabi.

Diante do sofrimento de seus seguidores, Jesus não perde a oportunidade de ensinar e de consolar. Dessa vez, anuncia os mecanismos sagrados da Lei Natural de Justiça e profetiza: “Filhas de Jerusalém, não choreis por mim, mas chorai por vós mesmas e por vossos filhos!…” Desse modo, Jesus define o padrão vibratório do nosso mundo, como sendo de provas e de expiações físicas e morais. Um lugar onde não há tréguas para os que buscam a paz e harmonia espiritual. Um ambiente moral de constantes batalhas íntimas para a manutenção de uma ordem consciencial suportável ao equilíbrio do espírito. Um mundo que exige uma vigilância diária para não se cair em quedas morais de difícil reparo. Também Jesus nos convida à uma reflexão acerca dos mecanismos de uma justiça naturalmente perfeita. Ele não propõe sentimentos de autopiedade que obnubilam o entendimento e as percepções acerca da natureza dessa Justiça Natural.

A caminho da crucificação, Jesus parece refletir a respeito dos conflitos entre o sistema do mundo terreno, ou anti-sistema, e o sistema do Direito Natural composto de inúmeras leis morais que regem o mundo da evolução espiritual. Por isso, ele afirmou: “Se o mundo vos odeia, sabei que, antes de vós, me odiou a mim” (o 15:18). O mundo ainda rejeita a paz, a ordem e a fraternidade e por isso persegue e mata os gênios, os santos e os heróis do espírito. Jesus lamenta o nível evolutivo da Humanidade terrestre. Ele estava vitorioso e a Humanidade ainda estava condenada a passar por inúmeros ciclos expiatórios. Por isso, na sua aparente derrota, estava a verdadeira vitória. Porque é muito melhor sofrer a injustiça do que proporcioná-la.

Ao consolar a Humanidade, Jesus conclui a sua advertência: “Porque se fazem assim com o lenho verde, o que não se fará ao seco?” O que esperar de um mundo onde a injustiça impera sobre a justiça nos corações humanos? Por que neste mundo há tantos alimentos e, na mesma proporção, tanta fome? Por que temos tantos medicamentos e, concomitantemente, tantos óbitos em decorrência da falta desses remédios? Por que vivemos num planeta com tantas riquezas e nos defrontamos com tantas misérias. Se, naquele momento da eternidade, um justo estava a caminho do suplício máximo, o que pensar da cruz que nos aguarda? Que os generosos esperem a ingratidão porque ele curou dez leprosos, mas somente um deles veio agradecer-lhe. Que os fiéis esperem o abandono porque ele não teve nenhum advogado para defendê-lo diante de Pilatos ou de Herodes. Que os justos esperem a injustiça porque ele foi condenado por amar e por ensinar o caminho do perdão e do amor aos inimigos. Mas que ninguém desista de ser justo e generoso por causa da injustiça e da ingratidão porque “Bem Aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados” (Mt, 5:6). Isto porque o mal é apenas a ausência do Bem e a injustiça é a ausência da Justiça até que tudo se cumpra conforme os ditames da inevitável Lei Natural do Progresso.

A caminho da cruz, Jesus chorou por nós e recomendou que chorássemos uns pelos outros porque somente por meio dessas lágrimas será possível se estabelecer o amor, a compaixão e a paz definitiva em nossas mentes e corações.

JESUS NO CAMINHO DO GÓLGOTA

Jesus perante Pilatos: a Flagelação

 

Emídio Silva Falcão Brasileiro

 

Pilatos, então, tomou Jesus e o mandou flagelar. Os soldados do governador, levando Jesus para dentro do átrio, isto é, para o Pretório, reuniram em torno dele toda a coorte. E, despindo-o, jogaram sobre ele um manto de púrpura. Depois, tecendo uma coroa de espinhos, puseram-na sobre a cabeça dele e um canico na mão direita. E, ajoelhando-se diante dele, adoravam e o escarneciam, dizendo: “Salve, rei dos judeus!”.

E davam-lhe bofetadas, cuspiam nele e, tomando o caniço, batiam-lhe na cabeça (Mateus 27:27-30, Marcos 15:16-19, João 19:13).

Ao mandar flagelar Jesus, o que ocorreu com zombarias e crueldade, Pilatos pensou equivocadamente que tal punição o livraria da pressão para condenar o Messias ao martírio da cruz.

A lei mosaica determinava que a flagelação tivesse no máximo quarenta chicotadas nas costas nuas do condenado e o Talmud ordenava trinta e nova por segurança devido alguma falha na contagem. A lei romana não estabelecia limite de chicotadas, mas recomendava que o acusado, depois da flagelação, ainda tivesse forças suficientes para ser crucificado.

Jesus sofreu silenciosamente toda sorte de violência durante a flagelação e ultrajes. O Rabi foi ridicularizado, humilhado e torturado violentamente pelos soldados sob o pretexto de cumprir às ordens do Procurador romano pela acusação de ser considerado rei dos judeus.

Um manto vermelho, que era usado pelos soldados, foi o vestuário que deram a Jesus depois de despi-lo sob impropérios. O manto vermelho simbolizava autoridade; era a vestimenta usada pelo imperador romano, sacerdotes e autoridades de destaque.

Depois disso, os soldados torturadores fizeram uma coroa de espinhos que foi cravada sobre a cabeça de Jesus. Não se sabe de que planta era essa coroa de espinhos, mas alguns botânicos acreditam que era da Acácia, planta que simbolizava a imortalidade, e outros botânicos supõem que era da planta Espinheiro-de-Cristo Sírio (Rhamnus spinachristi), ou ainda, Ziziphus spina-christi.

O médico brasileiro Dr. José Humberto Cardoso Resende, em sua obra ‘Feridas de Jesus’, (Edição do Autor), ao examinar as chagas do Mestre pelo Sudário de Turim ou Santo Sudário, constatou: “Mais de setenta espinhos atingiram a cabeça de Jesus (…) Um chumaço de espinhos da planta Ziziphus Spina (ou Ziziphus spina-christi) foi colocado sobre a cabeça de Jesus e assentado com um pedaço de madeira” (p. 24).

O Dr. José Humberto Resende ainda revela a quantidade de lesões sofridas por Jesus durante a execução implacável:

“Em computador, podemos contar algumas lesões mais nítidas que somam ao flagelo: ombros e espádua -54; cintura e rins – 29; abdome – 6; tórax – 14; perna direita (dorsal) – 18; perna esquerda (dorsal) -22; perna direita (frontal) – 19; perna esquerda (frontal)-11; braço direito (ambas as faces) – 20; braço esquerdo (ambas as faces) – 14; orelhas -2; testículos – 2; glúteo – 14. Devemos acrescentar a essas lesões as escoriações e as estrias provocadas pelas correias do chicote. As bolas de metal deixaram marcas nítidas. Como Jesus resistiu, ainda é fato de exclamação por todos os cientistas” (p.16).

Quanto ao chicote, instrumento de flagelação, o Dr. José Humberto descreve:

“O chicote era um látego curto, cabo de metal, enrolado por couro, com aproximadamente 30 cm de comprimento. Da ponta saíam três correias com quase 40 cm cada uma, e duas bolas de chumbo em cada ponta. Havia outros chicotes onde o chumbo era trocado por astragalos (ossos) de carneiro. Jesus foi amarrado a uma coluna (marco) que se achava próximo a uma fonte onde, normalmente, se amarravam as rédeas dos cavalos. Pelos pulsos atados a uma coluna, e já despido, os malfeitores tomaram suas posições” (p. 14).

Assim o Dr. José Humberto descreve a flagelação:

“Os golpes foram tantos que só pararam quando Jesus desmaiou. Os últimos açoites foram desferidos nas coxas, nádegas, ventre, braços e tórax. Tantos golpes encontramos no corpo de Jesus, que fica difícil, no Sudário, acharmos 1 cm sem ferida. Na cintura de Cristo, o couro penetrou tantas vezes no mesmo lugar, que parece um sinal marcado com lâmina cortante. O volume de sangue perdido foi calculado em um terço do volume corporal, quase dois litros de sangue. Jesus entrou em hipovolemia (anemia). Jogaram baldes d’água sobre Jesus, para que ele acordasse. Sentaram-no sobre uma pedra e fizeram chacota dele. (…) Mais de cem flageladas, aproximadamente, deformaram o seu corpo, banhado de sangue (…) Tanta hemorragia e Jesus sem falar nem gritar” (pp. 15-16).

O Sudário de Turim é o autêntico Evangelho das Feridas de Jesus. Nenhum impostor seria capaz de reproduzir sobre um pano tantos detalhes ali encontrados, estudados e reconhecidos por muitos cientistas sérios, criteriosos e de reputação ilibada, que ainda consideram a tridimensionalidade a prova científica mais impressionante que demonstra mostra a veracidade do Sudário.

Como se não bastasse o ato da flagelação, os soldados fizeram Jesus segurar com a mão direita um caniço para simbolizar um cetro real. “E ajoelhando-se diante dele, adoravam e o escarneciam, dizendo: “Salve, rei dos judeus!”. Com o caniço bateram na cabeça do Mestre e agrediam-lhe com bofetadas e cusparadas.

O Mestre sofreu agressões físicas e morais na casa de Caifás, no Sinédrio, diante de Herodes, no Pretório de Pilatos, a caminho do Gólgota e quando crucificado. Em todos os momentos manteve a pureza no proceder, a santidade no calar e a sabedoria no falar. Ainda humilhado e ameaçado nos ensinou a lição imortal de obediência suprema aos desígnios do Pai. O mestre Jesus exemplificou a maior das resignações por intermédio do amor e da compaixão por seus inimigos porque, enlouquecidos pelo ódio, não sabiam sobre todas as consequências de seus atos.

JESUS PERANTE PILATOS: A FLAGELAÇÃO

Maria de Nazaré diante da cruz

 

Emídio Brasileiro

 

Estavam de longe, observando essas coisas, todos os conhecidos de Jesus e muitas mulheres que o seguiam desde a Galileia e subiram com ele a Jerusalém, para servi-lo.

E junto à cruz de Jesus, permaneciam de pé sua mãe, a irmã de sua mãe, Maria, mulher de Cléofas e mãe de Tiago, o menor, e de José, Maria Madalena e Salomé, a mãe dos filhos de Zebedeu. Elas o seguiam e serviam enquanto esteve na Galileia.

Jesus, vendo sua mãe e ao lado dela o discípulo a quem amava, disse à sua mãe: “Mulher, eis aí o teu fiIho!”.

Depois disse ao discípulo: “Eis aí a tua mãe!”.

E desde essa hora o discípulo a recebeu em sua casa (Mateus 27:55-56, Marcos 15:40-41, Lucas 23:49, João 19:25-27).

Depois de Jesus, a sua mãe Maria de Nazaré foi quem mais sofreu com as injustiças perpetradas ao ser mais especial que pisou sobre o orbe terrestre.

A jovem Maria, que humildemente recebera do anjo Gabriel a notícia de que seria a mãe do Messias, não poderia imaginar a dor que sentiria aos pés daquela cruz no Calvário, em Jerusalém. Maria contava com um pouco mais de cinquenta anos de idade. A cruz do seu filho era também sua. A “Flor Mística de Nazaré” também fora crucificada naquela sexta-feira. A cruz moral de Maria igualmente causou indescritível dor ao seu sublime e amado filho.

Diante da cruz, é provável que a Mãe Santíssima tenha passado em revista alguns dos muitos episódios da vida de Jesus, por exemplos: a noite inesquecível de seu nascimento em Belém; o dia em que o jovem Jesus ensinou aos sacerdotes no Templo de Jerusalém, causando-lhes grande admiração; as curas operadas aos milhares de enfermos da Judeia e países vizinhos que o buscavam; o mais belo Código de Conduta que a Humanidade tem notícia conhecido como “O Sermão da Montanha”; a atenção comovente aos que buscavam nele o conforto espiritual e o alívio para as suas dores; as viagens consoladoras; os diversos sinais operados como a transformação da água em vinho em Caná para atender ao seu pedido; os inúmeros sinais em contato com os elementos da Natureza; as lágrimas de seu filho ante a ignorância do mundo; o combate à iniquidade e ao desamor e, recentemente, a dignidade e a compaixão diante dos acusadores que o levaram ao madeiro infamante.

Junto à cruz, ao lado de Maria de Nazaré, também estava a sua irmã Joana, esposa de Cuza, procurador de Herodes Antipas. Joana de Cuza era mãe de Salomé (esposa de Zebedeu), de Simão, de Maria e de Suzana, sendo primos do Mestre e denominados “irmãos de Jesus”. Joana acompanhou o ilustre sobrinho em muitas de suas peregrinações, ajudando também nas despesas das viagens. Mais tarde, Joana, Maria Madalena e Maria, mãe de Tiago, o menor, e outras mulheres anunciariam aos apóstolos a respeito do túmulo vazio em que Jesus foi sepultado.

Naquela hora, ao pé da cruz, também estava Maria, esposa de Cléofas (irmão de José), e mãe de Tiago, o menor, de Judas Tadeu e de José, igualmente denominados “irmãos de Jesus”. Alguns consideram Maria de Cléofas irmã de Maria de Nazaré, o que não se encontra lógica duas irmãs com o mesmo nome num tempo em que o nome Maria não era acompanhado de outro nome proprio, formando nome composto, o que não era prática entre os judeus.

A quarta mulher mencionada no Evangelho que estava diante da cruz era Maria, denominada “Madalena”, nome decorrente de sua cidade natal Magdala, localizada na Galileia, na margem ocidental do lago de Genesaré ou de Tiberiades, também chamado “Mar da Galileia”. Maria Madalena foi quem primeiro viu o Mestre em sua primeira aparição depois que saiu do sepulcro. Diante da cruz, Maria Madalena era a única que não tinha grau de parentesco com o Mestre.

Ao lado de Maria de Nazaré, também se encontrava Salomé, prima de Jesus, esposa de Zebedeu e mãe de João, o Evangelista, e de Tiago, o maior.

Próximo à Mãe de Jesus, João, o Evangelista, foi o único apóstolo presente e também o único homem mencionado e que era sobrinho de Jesus. Segundo a tradição, o apóstolo João contava com cerca de vinte anos de idade.

Ao todo, apenas seis pessoas se encontravam junto à cruz para acompanhar as dores do Cristo. O número seis como símbolo da família segundo Pitágoras e que ali representava as pessoas mais próximas do Mestre.

Embora o número reduzido de pessoas junto à cruz, os Evangelistas narram que “estavam de longe, observando essas coisas, todos os conhecidos de Jesus e muitas mulheres que o seguiam desde a Galileia e subiram com ele a Jerusalém, para servi-lo”. É também provável que os demais apóstolos fizessem parte desse grande grupo de observadores e de seguidores como é plausível que Judas Tadeu, Tiago, o maior, e Tiago, o menor, apóstolos e parentes de Jesus também estivessem presentes àquele momento inenarrável.

Ao observar a dor de sua mãe, Jesus demonstrou seu zelo filial e por isso designou João, o Evangelista e discípulo bem amado, para cuidá-la em seu lugar. Pela terceira vez, do alto da cruz, falou carinhosamente: “Mulher, eis aí o teu filho!” e, ao se dirigir a João: “Eis aí a tua mãe”. A partir daquele momento João “a recebeu em sua casa”. Deduz-se que Jesus não faria essa recomendação se ele tivesse irmãos consanguíneos ou, ainda, se José estivesse encarnado.

Segundo a tradição, a partir daí, João manteve Maria ao seu lado e a levou para Efeso, onde depois de muitos anos veio a desencarnar naturalmente.

Carlos Torres Pastorino, em sua obra Sabedoria do Evangelho, v. 8, pg.155, afirma:

“A partir do século XII, apoiando-se em Orígenes (Comment. in Joannem, 1.4.23), a tradição passou a considerar válida a interpretação de Rupert de Deutz ou Rupertus (Comment. in Joannem, Patr. Lat. vol. 169, col. 790): João representou, ao pé da cruz, todas as criaturas humanas, que se tornaram, ipso facto, irmãs de Jesus”.

Mesmo diante de soldados inescrupulosos que apostavam em jogo as vestes de Jesus, Maria de Nazaré não teve medo de se aproximar da cruz e de levar os mais próximos de sua convivência, compondo o grupo especial que sentiu de perto as energias misericordiosas do divino Rabi.

São alguns dos aspectos que corroboram com a merecida veneracão a Maria de Nazaré: a coragem e a humildade da jovem de Nazaré diante das revelações do poderoso anjo Gabriel; a gravidez incompreendida pela razão humana, como se fosse impossível a materialização de uma célula espermática no recipiente materno; a força de sua presença para colaborar com Jesus em seu trabalho messiânico; a sua influência fundamental para o colégio apostolar estabelecer os trabalhos de socorro e de assistência aos enfermos e necessitados depois da partida de seu amado Filho.

Que a Mãe Santíssima interceda por nós, ainda presos à ignorância, aos instintos e à escravizante vaidade de um nefasto pseudossaber.

Diante da Cruz do amado e divino Messias, as palavras do anjo Gabriel também fortaleceram o coração da divina Mãe e ainda ecoam pelas eternidades majestosas, percorre espaços infinitos e nos sustenta das manjedouras aos calvários:

“Alegra-te, ó cheia de graça! O Senhor está contigo. Bendita és tu entre as mulheres” (Lucas, 1:28).

MARIA DE NAZARÉ DIANTE DA CRUZ

A Justiça que excede a dos Escribas e a dos Fariseus

 

Emídio Brasileiro

 

Não penseis que vim revogar a Lei ou os Profetas: não vim revogar, mas completar. Pois em verdade vos digo que até que passem o céu e a terra, nem um jota, nem um til, serão omitidos da lei, sem que tudo seja cumprido.

Aquele, portanto, que violar a um só desses mandamentos, por menos que seja, e ensinar aos homens a violá-lo, será chamado o menor no Reino dos céus, mas aquele que os praticar e os ensinar, esse será considerado grande no Reino dos céus. Porque eu vos digo que se a vossa justiça não exceder a dos escribas e a dos fariseus, não entrareis no Reino dos Céus” (Mateus 5:17-20).


Antes de explicar e de atualizar uma série de ensinos das escrituras, Jesus demonstrou que as leis mosaicas e os ensinos dos profetas necessitaram de maiores esclarecimentos para que as Leis de Deus fossem compreendidas com perfeição. Por isso, ele ensina, por meio do Sermão da Montanha, com uma série de sábias lições, sempre iniciando com as seguintes palavras: “Ouvistes o que foi dito aos antigos…” Depois de citar as escrituras, o divino Mestre iniciava as suas elucidações, dizendo solenemente: “Eu, porém, vos digo…”. O Messias, no entanto, encontrou grande resistência e foi perseguido por aqueles que interpretavam as leis de Moisés de forma meramente literal.

Jesus esclareceu ainda a respeito da responsabilidade dos que conhecem a Lei e o Seu mecanismo de Justiça, o qual deve ser praticado por todos nós: “Porque eu vos digo que se a vossa justiça não exceder a dos escribas e a dos fariseus, não entrareis no Reino dos céus”.

Para compreender o princípio da Justiça ensinado por Jesus, toma-se necessário conhecer os mecanismos de Justiça da Lei Moral de Justiça, a qual compõe o Direito Natural juntamente com as demais Leis Morais que regulam o comportamento humano em todas as sendas da sua evolução intelecto-moral.

A Lei da ação e reação do Direito Natural (LARDN) representa o princípio do Mecanismo da Lei Natural de Justiça. Trata-se de um conjunto de princípios de evolução para as vidas material e moral, destinados ao desenvolvimento intelectual e moral de todos os seres da Natureza. Esses princípios são necessários para a consecução da Justiça.

A exemplo da Lei da ação e reação estudada por Newton, na qual qualquer ação implica em uma reação de igual intensidade e em sentido contrário, a Lei da ação e reação do Direito Natural condiciona, sem impedir ou constranger. O Homem sabe que a sua ação implicará infalivelmente em uma reação contrária, seja de recompensa (positiva) ou de reparo ao dano causado (negativa), conforme o seguinte enunciado da Lei de ação e reação do Direito Natural destinado ao comportamento humano:

Toda ação voluntária ou involuntária do indivíduo respeita ou desrespeita o direito natural de alguém, o que causará, respectivamente, uma reação de recompensa ou de reparo ao dano, independentemente das reações de quem foi respeitado ou desrespeitado em seu direito, na proporção dos níveis intelectual e moral do causador da ação.

Nesse sentido, para cada ação de respeito ou de desrespeito ao direito natural de alguém, haverá uma reação respectiva de recompensa ou de reparo ao dano, nas proporções das ações e resultados pretendidos e consumados e do nível intelecto-moral de quem pratica a ação. Embora não seja possível prever como, ocorrerá essa recompensa ou esse reparo ao dano. Também, toda ação que desrespeite ao direito natural de qualquer ser da Natureza, também, de um modo direto ou indireto, afetará os direitos naturais do Homem. O conceito geral das ações de respeito ou de desrespeito aos direitos naturais é o de agente moral. Tais ações podem surgir individualmente ou em conjunto; em conjunto, caracterizam um sistema de ações.

Na Física, segundo a Lei da ação e reação de Newton, quando dois corpos A e B interagem, se A aplica sobre B uma força (ação), também B aplicará sobre A outra força (reação) de mesma intensidade, mesma direção e sentido contrário. Exemplo: alguém dá um soco numa parede (em seu estado normal), a parede exerce sobre a mão uma força de tensão que resiste ao impacto com a mesma intensidade, mesma direção, mas em sentido contrário. A dinâmica na Física estuda a correlação entre os movimentos (efeitos) e as forças (causas que os produzem). Segundo os princípios da dinâmica, poder-se-ia considerar que a LARDN estuda a correlação entre os deveres naturais de recompensa ou de reparação (efeitos) e as ações de respeito ou de desrespeito aos direitos naturais (causas que os produzem). Na LARDN a reação difere da que ocorre no mundo da Física porque independe da reação de alguém, mas de uma resposta sua estabelecida por uma essência de valores morais estabelecidos pela Natureza.

Segundo a LARDN, se A auxilia B, ainda que B seja ingrato e ofenda o seu benfeitor, A será recompensado porque a sua energia de auxílio retomará, sempre de forma inteligente e inusitada conforme característica desse princípio moral de ação e reação. Também, em outro exemplo: A ofende a B. Ainda que B perdoe e auxilie A, esse terá a reação de sua ofensa no sentido de reparo ao dano provocado (material, social, psicológico e/ou moral) não apenas em B, mas igualmente a si mesmo. É evidente que o reparo ao dano não será, necessariamente, sofrer a mesma ofensa, mas será alvo de uma reação nem sempre agradável no mesmo teor da causada anteriormente. Isso, com o fim de educá-lo. Esses são exemplos de efeitos dinâmicos da LARDN.

Em síntese: quando dois indivíduos A e B interagem, se A aplica sobre B uma ação de respeito ou de desrespeito ao Direito Natural de B (ação), por consequência, a LARDN acionará os deveres naturais de recompensa ou de reparação ao dano sobre A numa reação de mesma intensidade, mesma direção e sentido contrário.

De acordo com a LARDN, não há necessidade de o indivíduo A ou B promover o desrespeito aos direitos naturais de cada um diante de uma agressão porquanto ela mesma se encarregará de cobrar, de diversos modos, do indivíduo agressor, o comprimento dos seus deveres vinculados ao reparo ao dano. Dentro desse princípio, a Natureza, como fonte do Direito Natural, e esse, como uma das fontes do Direito Positivo, estabelecem os direitos inalienáveis e deveres fundamentais reparadores, seja por meio de uma punição reparadora ou de uma orientação para despertar e/ou educar o agressor. O agredido tem o direito de defender-se, o qual poderá ou não fazer uso desse direito, segundo a sua vontade, mas sem agredir o agressor.

Todos os seres humanos têm direitos e deveres naturais estabelecidos por leis naturais (ou leis morais e constituem também um dos princípios da Lei da ação e reação do Direito Natural. Até os portadores de total deficiência de natureza mental e física, além de seus direitos, têm seus deveres naturais compulsórios, estabelecidos por meio da Lei natural de Justiça (Lei do conteúdo da Justiça) e da LARDN (Lei da forma da Justiça). Isso porque as leis morais traduzem a essência normativa do Direito Natural, o qual, por sua vez, regula as relações humanas também por meio do Direito Positivo quando esse estabelece o respeito aos direitos absolutamente e relativamente inalienáveis. O Direito Natural é composto de princípios inerentes à própria essência humana; apesar de estar presente nas decisões judiciais, é constituído por um conjunto de princípios de caráter universal, eterno e imutável, não necessariamente normatizados.

A Vida é justa, e o Direito Natural representa a Justiça da Vida por meio de suas leis morais, especialmente por meio da Lei natural de Justiça e da Lei da ação e de reação do Direito Natural. A Justiça, e não a injustiça, é da essência da Vida. Justiça é o respeito aos direitos e deveres naturais de outrem, e injustiça é o desrespeito a esses direitos e deveres. Respeitar é considerar, dar a devida atenção, cuidar, preservar, praticar.

O princípio da Justiça é o respeito aos direitos e deveres naturais. Embora os seres humanos possam praticar injustiças, não as sofrerá, além da dor, quem as receba com justiça, pois que aí um mecanismo de justiça é efetivado, devido à reação da Lei da ação e reação do Direito Natural, a qual visa a reparar algum dano praticado por quem vivencia a dor. Nesse sentido, ninguém deve buscar vingança para o injusto, mas ajudá-lo a se educar conforme os princípios da LARDN, a qual também reagirá, com seus meios, para educá-lo, no sentido de reparar o dano causado pelo autor da infração.

A Vida é sempre justa e nem toda dor é consequência do reparo a algum tipo de dano. Quem sente uma dor-evolução, isto é, quando a dor não é uma consequência de reparo a algum dano, deve considerar a Justiça da LARDN, em seu mecanismo de evolução, a qual possibilitará uma ascensão evolutiva ou recompensa satisfatória.

Há uma diferença entre dor e sofrimento. Dor é todo incômodo físico ou moral causado por algum mecanismo de justiça ou por alguma injustiça. Sofrimento é uma reação de quem vivencia a dor, mas desrespeita aos direitos naturais de alguém, ou seja, é qualquer reação injusta diante da dor. A função da dor é, também, a de impedir o definitivo estacionamento intelecto-moral e ajustar o infrator aos princípios do Direito Natural. Nesse sentido, nem sempre é possível evitar a dor, mas é sempre possível evitar o sofrimento.

O propósito da Lei da ação e reação do Direito Natural é o de promover a educação por meio da evolução intelecto-moral do indivíduo. Esse processo educativo ocorre em ciclos de experiências ao longo da existência.

A evolução intelecto-moral do indivíduo não ocorre de forma repentina ou desarmônica. Isso porque os ciclos dinâmicos de evolução são quase imperceptíveis à observação dos seres humanos. São mecanismos da unidade imanente do Direito Natural. Por meio desses ciclos, a Lei da ação e reação do Direito Natural também atua numa sequência ordenada, harmônica e perfeita. Tudo tende à ordem e à perfeição estabelecidas por esse mecanismo natural de evolução. Os ciclos individuais de evolução intelecto-moral compõem ciclos coletivos, os quais também fazem parte de ciclos maiores, rumo ao infinito e à eternidade dos mundos imanentes. Esses ciclos individuais de evolução também estão inseridos em ciclos evolutivos de comunidades afins. Também os impulsos que iniciam um novo ciclo de evolução material ou espiritual se originam da força de gravitação empreendida pelo ciclo que se fechou em sua órbita, em seu nível, em sua história de evolução. A Natureza determina a existência desses ciclos porquanto sem tal processo não haveria dinâmica na criação ou na evolução.

Existem inúmeros atributos intelectuais e morais essenciais ao indivíduo na senda do progresso determinados por meio da Lei da ação e reação do Direito Natural. Isso, para que haja entendimento intelectual e compreensão moral de todas as coisas, circunstâncias e fatos relacionados ou não à realidade evolutiva do indivíduo. A capacidade intelectual para desenvolver o conhecimento adquirido e para discernir e estudar por meio do raciocínio, da intuição e de outras formas psicointelectivas, está entre os atributos indispensáveis ao ser humano. Quanto aos atributos morais a serem desenvolvidos, é possível destacar os seguintes: o amor, a sabedoria, a humildade, a paciência, a indulgência, a solidariedade, a caridade, a coragem, a persistência, a ponderação, a brandura, a responsabilidade, a esperança, a fé, a disciplina, a autenticidade e a lucidez de ideias, de sentimentos e de emoções.

Nesse sentido, o amor é a síntese das qualidades morais e a sabedoria é a virtude moral que melhor representa os atributos intelectuais superiores alcançados por seres humanos. A Lei de Amor compõe cada jota e cada til da Lei de Justiça, a qual será rigorosamente cumprida para o bem da perfeição e da felicidade de todos, conforme os ensinos do divino Messias e a Vontade Soberana de Deus.

A JUSTIÇA QUE EXCEDE A DOS ESCRIBAS E A DOS FARISEUS

A Desencarnação de Jesus

 

Emídio Brasileiro

 

Era já quase a hora sexta quando houve treva sobre toda a terra até à hora nona, tendo desaparecido o sol.

Quase a hora nona, Jesus bradou em alta voz, dizendo: “Eli, Eli, lemá sabachtáni?”, isto é: “Deus meu, Deus meu, por que me abandonaste?”.

Alguns dos que ali estavam, ao ouvirem isso, disseram: “Eis que ele chama por Elias.”

Depois, sabendo Jesus que tudo estava consumado, para que se cumprisse a Escritura, disse: “Tenho sede!”.

Havia ali um vaso cheio de vinagre. Imediatamente, correu um deles a tomar uma esponja, embebeu-a em vinagre e, fixando-a numa cana de hissopo e levando-a à sua boca, dava-lhe de beber.

Mas os outros diziam: “Deixa, vejamos se Elias vem salvá-lo!”

E o outro dava-lhe de beber, dizendo: “Deixai! Vejamos se Elias virá descê-lo!”

Então Jesus, depois de ter tomado o vinagre, disse: “Está consumado!”.

Depois, tornando a dar um grande grito, Jesus entregou o espírito, dizendo: “Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito”.

Dizendo isso, inclinou a cabeça, entregou o espírito e expirou.

Eis que o véu do Santuário se rasgou de alto a baixo em duas partes, a terra tremeu e as pedras se fenderam. Abriram-se os túmulos e muitos corpos de santos que tinham adormecido ressuscitavam. E, saindo das sepulturas depois da ressurreição de Jesus, entraram na cidade Santa e apareceram a muitos.

O centurião, que estava defronte dele, e os que com ele guardavam a Jesus, vendo o terremoto, tudo o que acontecia e que havia expirado desse modo, glorificavam a Deus, dizendo: “Na verdade, este homem era justo! Este homem era verdadeiramente o Filho de Deus!”

Toda multidão dos que assistiam a este espetáculo, vendo o que havia acontecido, voltaram batendo no peito (Mateus 27:45-54, Marcos 15:33-39, Lucas 23:44-48, João, 19:28-30).

Durante a crucificação de Jesus, o tempo escureceu, era aproximadamente do meio dia (hora sexta) até as três da tarde (hora nona). A causa dessa mudança repentina do tempo deve ter sido em consequência da resposta da Natureza diante da crucificação daquele que tinha poderes de aplacar tempestades e de interferir nos fenômenos naturais. Afinal, a ausência do calor escaldante facilitaria o processo da desencarnação de um Espírito puro portador de grande energia espiritual e de intensidade atômica. Evidente que muitos Espíritos superiores e puros atuaram nesse processo ao preparar o tempo e o espaço para o desenlace definitivo do Cristo de Deus.

Ademais, aquela região não suportaria plenamente a histerese eletromagnética das vibrações poderosas do Cristo sob a ação da força contraeletromotriz do Planeta que se oporia à descarga energética proveniente da saída do Espírito da envergadura de Jesus das hostes planetárias. Esse fenômeno físico é também explicado por meio do estudo da ausência de casamento de impedâncias elétricas. As cargas elétricas do planeta fizeram oposição à passagem das correntes energéticas submetidas à tensão do desenlace de Jesus, o que gerou terremotos, pedras se fenderam e se abriram sepulturas, algumas semelhantes a que abrigaria temporariamente o corpo de Jesus. Ē igualmente possível que esse fenômeno tenha gerado fortes tempestades naquele dia em Jerusalém. Contudo, a Física terrena não pode tudo explicar diante do que ocorreu.

O fato é que houve necessidade de muitos cuidados para que a poderosíssima energia do Cristo não desestabilizasse o eixo gravitacional da Terra ou causasse danos maiores, difíceis de se prever, como a destruição do planeta. É possível que a luminosidade e a força energética do Cristo sejam bem maiores do que a luminosidade e a energia de uma estrela de primeira grandeza.

Além dos fenômenos físicos corpóreos, também existiram fenômenos físicos espirituais. Muitos da pléiade de espíritos que participaram do desenlace do Cristo se fizeram visíveis, fenômeno interpretado como “ressurreições dos santos”. Também o véu ou cortina de linho do Santuário, que separava o lugar mais sagrado do Templo de Jerusalém (o santo dos santos) do átrio onde os sacerdotes atuavam “se rasgou de alto a baixo em duas partes” para demonstrar que não deveria haver separação entre o homem e Deus ou lugares ilusoriamente destinados a manter o próprio Deus. Nesse lugar considerado sagrado, somente uma vez por ano o Sumo Sacerdote adentrava e acreditavase que ele tinha acesso a Deus.

Do mesmo modo que o nascimento de Jesus foi acompanhado de uma falange anjos, a sua desencarnação não poderia ser diferente. Duvidar disso é levar ao extremo uma racionalidade que se opõe aos muitos fenômenos narrados sob os eflúvios do Cristo.

Ao ser crucificado, o Mestre teve quatro preocupações: a) pedir perdão a Deus por seus acusadores e executores; b) consolar Dimas, o pecador arrependido; c) proteger e consolar a sua mãe Maria de Nazaré; d) fortalecer a fé de seus seguidores por meio da lembrança e do cumprimento das profecias.

A crucificação de Jesus foi mais um grande momento da confirmação de que ele era o Messias esperado. Além dos fenômenos físicos e espirituais que levaram o centurião, os soldados romanos e toda a multidão presente ao reconhecimento da divindade do acusado. Até mesmo na cruz o Mestre procurou confirmar a sua missão divina.

Ao pronunciar o versículo primeiro do Salmo 22: “Eli, Eli, lema sabachtáni”, ou seja, “Deus meu, Deus meu, por que me abandonaste?”, Jesus proferiu a sua quarta declaração na cruz. Observa-se que o Mestre lembra a todos a respeito do Salmo 22 de Davi que bem descreve o sofrimento do Messias. No entanto, alguns interpretaram equivocadamente que ele clamava pelo profeta Elias.

“Para que se cumprisse a Escritura, Jesus também disse: “Tenho sede!” “. Sendo esta a sua quinta declaração na cruz Desse modo, Jesus cumpre o Salmo 69:21 que diz:

“”Deram-me fel por mantimento, e na minha sede me deram a beber vinagre”.

O que igualmente lembra o Salmo 22:15:

“Meu vigor secou-se como um caco de barro, e a minha língua gruda no céu da boca; deixaste-me no pó, à beira da morte”.

Verifica-se que Jesus na cruz lembra as duas referências proféticas de Davi em torno de sua missão sagrada.

Depois de tomar o vinagre, Jesus proferiu a sexta declaração na cruz: “Está consumado!” Desse modo, ele afirma que cumpriu todos os desígnios do Pai. Nada ficou pendente. Tudo fora realizado de acordo com o Programa Divino preconizado pelas Escrituras.

Antes de sair de seu corpo em definitivo, o Mestre proferiu a sétima declaração na cruz e a sua última oração ao Pai: “Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito”. Ao dizer isto em alta voz inclinou a cabeça, entregou o espírito e desencarnou.

Ao reconhecerem que Jesus era justo ou que era o Filho de Deus, todos retornaram aos seus lares. Alguns estavam arrependidos, outros, amedrontados e todos surpresos diante dos fenômenos ocorridos. Parece que o sol não mais retornou naquela sexta-feira. O dia de sábado chegava às 6 horas da tarde. Toda Jerusalém estava abalada diante dos fatos.

Até os dias atuais, parece que a Humanidade recorre a Jesus num misto de fé, de amor e de culpa por haver praticado tão horrendo crime. Ainda batemos no peito, não apenas porque sentirmos o Supremo Amor do Mestre, mas também porque ainda não estamos suficientemente arrependidos ante os erros do pretérito e nem dispostos a trabalhar em prol dos acertos do presente e da felicidade futura.

O Mestre retornaria, não em corpo de carne que ele desintegraria, mas num corpo composto de uma matéria sutil, porém, densa o suficiente para dissipar qualquer dúvida ante o seu poder e de que a morte não existe.

A DESENCARNAÇÃO DE JESUS

Escárnios contra Jesus Crucificado

 

Emídio Brasileiro

 

O povo permanecia lá e observava. E os que passavam o insultavam, meneando as cabeças e dizendo: “Ah! Tu que destróis o Templo e em três dias o reedificas, salva a ti mesmo! Se és Filho de Deus, desce da cruz!”.

E da mesma maneira também os principais sacerdotes, com os escribas e anciãos escarneciam dele entre si, dizendo: “Salvou os outros e não pode salvar-se a si mesmo! Se é o Rei de Israel, o Messias, que desça agora da cruz para que vejamos e creremos nele! Confiou em Deus: pois que o livre agora, se é que o ama! Porque ele disse: ‘Eu sou o Filho de Deus'”.

Também as autoridades torciam o nariz, zombavam e diziam:

“Salvou a outros, salve a si mesmo, se é o Cristo de Deus, o Eleito!”

Os soldados também escarneciam dele; aproximavam-se, ofereciam-lhe vinagre e diziam: “Se tu és o Rei dos Judeus, salva a ti mesmo”.

Pois havia acima dele a inscrição: “Este é o Rei dos Judeus”.

E até um dos ladrões, que foi crucificado junto com ele, o insultava com os mesmos impropérios: “Não és tu o Cristo? Salva a ti mesmo ea nós”.

Respondendo, porém, o outro, repreendia-o, dizendo: “Nem ao menos temes a Deus, estando na mesma condenação? Quanto a nós, padecemos com justiça, porque recebemos o digno castigo das nossas obras, mas este nada fez de mal”.

E acrescentou: “Jesus, lembra-te de mim, quando estiveres no teu Reino”.

Jesus lhe respondeu: “Em verdade, eu te digo, hoje estarás comigo no Paraíso” (Mateus 27:39-44, Marcos 15:29-32, Lucas 23:35-43).

Depois da crucificação do corpo prossegue a crucificação moral do Cristo de Deus. A cruz moral do Messias também era composta de insultos e de improperios contra os seus ensinos, as suas curas e a sua condição realeza espiritual.

Os escarnecedores do Cristo foram as autoridades judaicas e seus seguidores, os principais sacerdotes, os escribas, os anciãos, os soldados e até um dos ladrões que foi crucificado junto com ele.

Todos queriam que Jesus fizesse uma demonstração fútil de poder, descendo da cruz de forma espetaculosa, o que contrariava as suas profecias e todos os seus ensinamentos. Tais escárnios lembram as três tentações do Cristo que instigam o orgulho, a blasfemia e a vaidade.

Naquele dia fatídico, três cruzes foram levantadas sobre o Gólgota: a cruz de um ser puro, a cruz de um pecador arrependido e a cruz de um pecador sem arrependimento. O que demonstra que a cruz sempre nos aguardará a todos, independentemente do nível de evolução espiritual no qual nos encontremos. A cruz não é sinal de evolução e sim de consumação da vontade das Leis de Deus. Ao ser crucificado, cada ser reage conforme as suas condições de inteligência e de moralidade.

Em níveis intermediários de evolução intelecto-moral, a cruz do Espírito representa a abertura e o fechamento de ciclos evolutivos até que alcance a perfeição espiritual. Em níveis superiores evolutivos, a cruz simboliza a quintessência do amor, o que foi o caso de Jesus.

As três cruzes do calvário de Jerusalém refletem, como espelhos evolutivos, o que cada Espírito produz: em Jesus, o perdão e o amor, no pecador arrependido, o senso de justiça; no pecador não arrependido a infâmia e a revolta.

Segundo o ‘Evangelho de Nicodemos’, Dimas era o nome do pecador arrependido, ou seja, do “bom ladrão”, e Gestas era o nome do pecador sem arrependimento.

Segundo ‘A Declaração de José de Arimateia’, Dimas era galileu e proprietário de uma hospedaria. Ele assaltava os ricos, mas favorecia os pobres; saqueava grupos de judeus e furtava o templo de Salomão. Gestas, por sua vez, costumava atacar os viajantes, a uns matava pela espada e a outros deixava despidos. Desde o início de sua vida, praticava atos ilícitos e violentos.

A crucificação ao lado do Cristo não representa a redenção para qualquer dos malfeitores. Não é a cruz, por si mesma, que eleva ou redime e sim o arrependimento, a resignação em face da dor e propósito de hábito conforme os ditames da consciência.

Em níveis mais avançados de evolução espiritual, a cruz representa o amor que sofre pelo bem em favor dos que não aceitam seguir as Leis de Deus.

A resposta do Mestre ao condenado arrependido corresponde a sua segunda declaração na cruz: “Em verdade, eu te digo, hoje estarás comigo no Paraíso”. Em linguagem figurada, Jesus garantiu a Dimas o auxílio por intermédio de seus mensageiros para que não sofresse as agruras das regiões umbralinas porquanto a condição consciencial do condenado facultava o auxílio socorrista.

Ainda transitamos entre as três cruzes evolutivas. Em muitos momentos da evolução espiritual não observamos as Leis do Pai e nos rebelamos contra a Sua Ordem. Noutros instantes, nos arrependemos e mudamos de comportamento e em níveis mais avançados seguimos os caminhos irresistíveis do Amor sem olhar para trás.

Jesus desceria da cruz, mas depois de cumprir a sua missão esplendorosa. Deixaria o seu sepulcro vazio, mas para encher os corações dos homens de muita fé, de elevada esperança e de sublime Amor.

Sempre haverá uma cruz para cada um de nós. Abracemos e amemos as nossas cruzes. Por meio do cumprimento do dever moral, é possível carregarmos as nossas cruzes com dignidade, amor e perseverança, até que também estejamos todos reunidos no Paraíso com Jesus.

ESCÁRNIOS CONTRA JESUS CRUCIFICADO

Vigiai e orai para que não entreis em tentação

 

Emídio Brasileiro

 

Então Jesus chegou com eles a um lugar chamado Getsêmani, onde havia um jardim, no qual ele entrou com seus discípulos. Chegando ao lugar, disse-lhes: “Sentai-vos aqui enquanto vou ali orar. Orai também, para que não entreis em tentação”.

E, levando consigo Pedro e os dois filhos de Zebedeu, Tiago e João, começou a sentir pavor, angústia e tristeza, e disse-lhes:

“Minha alma está triste até a morte. Ficai aqui e velai comigo”.

Adiantando-se um pouco, afastou-se deles cerca de um arremesso de pedra, prostrou-se com o rosto em terra, pôs-se de joelhos e orou para que, se fosse possível, passasse dele aquela hora. E disse:

“Abba! Ó Pai! Tudo te é possível! Meu Pai, se é possível, afasta de mim esse cálice; todavia, não seja como eu quero, mas como tu queres. Faça-se não a minha, mas a tua vontade”.

Voltando aos discípulos, encontrou-os adormecidos pela tristeza e disse a Pedro:

“Simão, tu dormes? Então não pudeste vigiar uma hora comigo!? Por que dormis? Levantai-vos! Vigiai e orai, para que não entreis em tentação: pois o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca”.

Afastando-se de novo pela segunda vez, orou, dizendo: “Meu Pai, se não é possível passar de mim esse cálice sem que eu o beba, faça-se a tua vontade”.

E, voltando outra vez, encontrou-os dormindo, porque tinham os olhos pesados de sono, e não sabiam o que responder-lhe.

Deixando-os novamente, afastou-se e orou pela terceira vez, dizendo as mesmas palavras. E começando a agonia, orou mais intensamente.

E aconteceu que o seu suor se tornou como espessas gotas de sangue que caíam sobre a terra. Então lhe apareceu um anjo do céu que o confortava.

Levantando-se da oração, pela terceira vez voltou aos seus discípulos e lhes disse: “Dormis agora e descansais? Basta! Eis que chegou a hora e o Filho do Homem será entregue nas mãos dos pecadores. Levantai-vos! Vamos! Eis que chegou o que me entrega” (Mateus 26:36-46, Marcos 14:32-42, Lucas 22:40-46, João 18:1).      

       

Depois da última ceia, ao chegar ao jardim de Getsêmani, (nome que significa “lagar de azeite”), localizado no sopé do Monte das Oliveiras, o divino Rabi sentiu imensa dor moral ao ver o grave engano que os seus perseguidores cometeriam. Mesmo ao saber que tudo estava escrito e nada poderia mudar, o Mestre solicitou a Deus que intercedesse para evitar o martírio vindouro.

 

Jesus, no entanto, sabia que o Pai, embora pudesse, não derrogaria Suas leis para evitar o cumprimento das profecias.

 

O imenso amor do Mestre Nazareno por todos nós lhe causou profunda tristeza, chegando à sudorese de sangue, ou seja, a hematidrose. Afinal, Jesus nos acompanha a formação espiritual desde os primórdios atômicos.

 

Segundo a Doutora Marislei Brasileiro, a “hematidrose provavelmente ocorre quando alta carga emocional causa rompimento de capilares localizados debaixo das glândulas sudoríparas, fazendo com que o sangue se misture ao suor, sendo um fenômeno muito raro”.

 

No horto das Oliveiras, o Messias sentiu a dor moral semelhante ao que sente uma mãe ao ver seus filhos amados conspirarem contra a sua vida e nada poder fazer para evitar o matricídio.

 

O Mestre conhecia a gravidade do momento. Ao chegar ao jardim de Getsêmani, ele demonstrou a necessidade de compartilhar a sua tristeza com seus discípulos. Solicitou a cada um que também orasse para suportar os sofrimentos que adviriam, mas estavam com “os olhos pesados de sono e não sabiam o que lhe responder”. Pedro, Tiago e João foram os discípulos escolhidos para acompanhá-lo até o lugar onde faria suas orações; os demais ficaram mais distanciados, em orações.

 

Por três vezes Jesus solicitou vigilância aos seus discípulos Pedro, Tiago e João.

 

Na primeira vez, ele recomendou: “Sentai-vos aqui enquanto vou ali orar. Orai também, para que não entreis em tentação”.

 

Na segunda vez, ao encontrar os discípulos dormindo, o Mestre admoestou: “Simão, tu dormes? Então não pudeste vigiar uma hora comigo!? Por que dormis? Levantai-vos! Vigiai e orai, para que não entreis em tentação: pois o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca”.

 

Nessa segunda solicitação, Jesus concedeu uma lição universal: Sem vigilância moral não há como estabelecer conexão eficaz com Deus por intermédio da oração e sem oração não é possível vencer os obstáculos evolutivos ou as tentações da vida material. A carne é fraca quando o Espírito, mesmo estando pronto, ou seja, mesmo sabendo o que fazer para seguir a consciência, não se fortalece para vencer as suas más inclinações.

 

Na terceira vez, o Mestre alertou aos discípulos que se levantassem visto que chegara o momento de ser entregue aos pecadores.

 

Do mesmo modo, Jesus teve três momentos em suas orações no Getsêmani, depois de conversar com seus discípulos.

 

No primeiro momento, Jesus “afastou-se deles cerca de um arremesso de pedra”, aproximadamente trinta metros. O Mestre se prostrou com o rosto em terra, em sinal de profunda humildade, ajoelhou-se e rogou a Deus, a quem o chamou carinhosamente de Abba, ou seja, de “pai” ou “paizinho”, rogando-lhe que o livrasse da bebida amarga que estava prestes a tomar. Ainda assim, nos deu o sublime exemplo de respeito aos ditames divinos ao dizer: “Faça-se não a minha, mas a tua vontade”.

 

No segundo momento de oração, o divino Messias disse ao Pai com resignação e humildade: “Meu Pai, se não é possível passar de mim esse cálice sem que eu o beba, faça-se a tua vontade”.

 

No terceiro momento de oração, o nosso Senhor repetiu o que dissera nos dois primeiros momentos de oração, mas com maior intensidade e sentindo intensa agonia ao ponto de suar “espessas gotas de sangue que caíam sobre a terra”.

 

Nessa terceira ocasião, ele foi confortado por um “anjo do céu” para amenizar o incomensurável pavor, a indescritível angústia e a infinita tristeza. Não se sabe o nome desse anjo ou espírito de elevada condição evolutiva, mas deveria ser alguém muito próximo ao Mestre, que lhe era familiar.

Esse episódio do Mestre também nos ensina que ninguém deve se isolar diante do sofrimento. A dor deve ser compartilhada, mas não se pode esperar muito dos entes queridos porquanto o processo evolutivo é individual, solitário e intransferível. Nem sempre os entes queridos compreenderão ou sentirão as nossas dores. Duas ou mais pessoas não podem ocupar a mesma cruz.

Jesus necessitou que um anjo viesse ao seu encontro para confortá-lo porque os seus discípulos dormiam tristes, mas ignoravam a gravidade do momento.

Embora o Evangelho de João não relate os detalhes desse episódio, é provável que o apóstolo João tenha testemunhado o ocorrido, narrado aos demais discípulos, mas não se sentiu confortável para narrar as angústias do Cristo, seu Evangelho apenas relata: … onde havia um jardim, no qual entraram ele e seus discípulos” (João, 18:1).

A Natureza, o recolhimento, a companhia dos amados discípulos, a perseverança na oração sincera e, sobretudo, o amor incondicional à Humanidade, foram os recursos escolhidos por Jesus para que pudesse se fortalecer para suportar os dissabores que haveria de suportar com humildade, coragem, fé, perdão e sabedoria.

Havia chegado à hora do Mestre ser preso e condenado injustamente depois dos artifícios de seus perseguidores.

 

Até os dias de hoje, a Humanidade fere os sentimentos do Sublime Rabi por não saber perdoar e trabalhar em prol dos que sofrem. Somente cada um de nós pode afastar o cálice da iniquidade conforme a vontade de Jesus. A sudorese de sangue que cai sobre a terra é a sua piedade angelical dispensada aos amados Filhos do Homem.

O dia do nosso Getsêmani chegará. No jardim do Monte das Oliveiras, Jesus foi confortado por um anjo. Nos dias de nossas tristezas mortais, Jesus será esse anjo confortador que nos libertará da aflição quando solicitarmos a Deus que nos afaste o cálice da bebida amarga de sofrimentos atrozes.

 

O Rabi da Galileia nada tinha do que se penitenciar perante a Lei de Deus, mas sofreu por amor e por compaixão.

 

Ainda somos prisioneiros dos ciclos corpóreos da evolução espiritual e também o cálice causador das tristezas do Cristo. Tomar dessa bebida amarga não é da vontade de Deus.

 

Ressuscitemos Jesus em nossos corações. Retiremos o doce Rabi da cruz de nossos enganos e sejamos os seus anjos consoladores.  Jesus sofreu no horto de Getsêmani para testemunhar o seu incomensurável Amor por nós e em nome desse Amor aceitou a sagrada missão que o Pai Eterno lhe concedeu.  Pai de infinito amor, sem o qual nem existiríamos. Segundo a orientação de Jesus, Pai que nos solicita que vigiemos por intermédio da caridade e oremos por meio da fé para entramos definitivamente em Seu Reino.    

       

VIGIAI E ORAI PARA QUE NÃO ENTREIS EM TENTAÇÃO
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JESUS DIANTE DOS SUMOS SACERDOTES

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