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Crescimento Espiritual

 

Gislene Sousa de Sá Azevedo

 

Jesus, em suas pregações usava as parábolas para instruir e deixar gravados os seus ensinamentos. Com certeza, seu objetivo era fazer que, a Lei de Deus fosse compreendida, por todos aqueles que passam pela Terra.

Na parábola denominada “do Grão de Mostarda”, encontrada nos evangelhos de Mateus (13: 31-32), de Marcos (4: 30-34) e de Lucas (13: 18-19), Jesus diz: “O reino dos Céus é semelhante a um grão de mostarda, que um homem toma e semeia seu campo. É esta a menor de todas as sementes, mas quando cresce, torna-se um arbusto maior que todas as hortaliças, de sorte que os pássaros vêm aninhar-se em seus ramos. ”

Jesus falava da semente minúscula que é semeada no campo, terreno já pronto para o plantio.De acordo com a explicação de Rodolfo Calligaris, ela encontra as condições favoráveis à germinação: desenvolve raízes que permitem receber os nutrientes necessários ao crescimento dessa nova planta; à medida que é iluminada e aquecida modifica seu caule, crescem belas folhas, produz flores e sementes. Assim vai se tornando um arbusto que cresce muito acima do que conhecemos. Que atrai para se alimentar das sementes e aninhar-se em seus ramos, as aves.

A semente tão pequena é apontada porSinapisnigra (mostarda preta),que é uma planta ereta, que pode crescer aproximadamente 2,4 m de altura, assemelhando-se a uma árvore. A semente da mostarda preta é a base da mostarda de mesa comum, utilizada em muitos tipos de receitas; também é um tempero. Essa planta era cultivada nos hortos da Palestina, pelas propriedades medicinais que apresentava. Jesus afirma que ela é a menor das sementes. Havia um dito popular, entre os judeus, que dizia “pequeno como um grão de mostarda”, este representava uma expressão para qualquer coisa pequena.

Essa, com certeza, é a interpretação primeira da parábola, mas Jesus não faria tal pregação para explicar, simplesmente,o plantio da menor semente daregião naquele momento. A minúscula semente é comparada por Jesus ao Reino de Deus, o seu plantio é relacionado ao crescimento do Reino de Deus em nós.

Jesus quis nos mostrar que um pequenino grão, pode crescer e tornar-se um arbusto, uma árvore. O pequeno pode se tornar grande. De forma semelhante, e tomando o grão de mostarda como referência, o Reino dos céus em nossa vida começamuitas vezes de forma tímida; contudo à medida que encontra as condições para desenvolver-se, vai se avolumando e provocando as mudanças em nosso modo de pensar e agir em acordo com as leis de Deus.

O crescimento da semente não depende exclusivamente dela, mas das condições em que o Espírito encarnado se encontra e o que busca. A alma é o terreno onde a semente deve germinar, crescer e expandir. Esse crescimento é similar à germinação de uma semente – acontece de dentro para fora. Igual ao germe contido na semente se desenvolve, o germe do reino de Deus pode germinar em nós, numa crescente evolução.

A germinação, a transformação, o crescimento e a frutificação da semente como nos apresenta CairbarSchutel,somente acontece quando a terra é fértil.Contudo, é necessário o trabalho da semente e da planta a fim de aproveitar essa fertilidade.

O crescimento do Reino dos Céus na alma humana acontece pelo trabalho realizado pela semente, mas, somente cresce e expande com a boa vontade, representadapela fertilidade do terreno. Embora, esse terreno não esteja pronto e perfeito, segundoafirma Rodolfo Calligaris, mesmo estando as almas, ainda, presas às inibições do erro e da imperfeição, podemos vislumbrar nos altos cimos as esferas resplandecentes e gloriosas, onde outras almas mais evoluídas gozam da plenitude da felicidade. Crer nessa possibilidade funciona como um mecanismo de propulsão que encoraja, nos enchendo de força para trabalhar sem esmorecimento, no próprio crescimento espiritual.

Não se fala aqui de perfeição, atributo somente de Deus, porémda perfeição relativa, tal qual nos instrui o Evangelho Segundo o Espiritismo no capítulo Sedes Perfeitos, à perfeição que mais nos aproxima da Divindade.

A conquista dessa perfeição exige de nós o estudo, a pesquisa, o conhecimento que nos permita ampliar os horizontes, perceber o verdadeiro sentido da existência;que nos possibilita fortalecer a fé, tornando-a inabalável, viva, racional, tomando consciência de nossa condição espiritual e da necessidade de dedicar e direcionar as nossas ações para o bem.

Tal qual a semente da parábola germinou,cresceu, expandiu e floresceu porque encontrou o solo bom, se estabelecermos para nós a boa vontade, o esforço, seremos capazes de realizações no campo do bem. Análogo às aves que buscam abrigona mostardeira, ao nos abrirmos para o crescimento do Reino dos Céus, poderemos ser ponto de apoio e refrigério aos sofrimentos daqueles que nos cercam.

Ao refletir sobre essa pequena e importante parábola vamos ao encontro do que ensina a Doutrina Espírita, reconhecer os verdadeiros valores para fazer uma existência valer a pena. O Espiritismo desvenda as alegorias, apresenta com clareza a importância da evolução espiritual, o crescimento que acontece lento, mas constante.

Muitas vezes, a alma humana, ainda, está adormecida e leva muito tempo para estar em condições de a “semente germinar.” Poderia se comparar à semente que, em estado de dormência, não encontrou as condições necessárias para germinar. Contudo, são os acontecimentos que nos ocorrem que nos despertam para a necessidade de crescer.

A perda de pessoas amadas, as dificuldades de relacionamentos no trabalho, os conflitos familiares, a perda do emprego, a insatisfação pessoal, deparar com o sofrimento alheio são alguns dos fatores que fazem refletir o sentido da vida; com certeza o amparo oferecido pela Doutrina Espírita auxilia em direção à busca do autoconhecimento.

Na questão 919, de O Livro dos Espíritos, Allan Kardec pergunta aos espíritos qual o meio práticomais eficaz que tem o homem de se melhorar nesta vida e de resistir ao arrastamento do mal? A resposta dos Espíritos é“Um sábio da Antiguidade vos disse: Conhece-te a ti mesmo.”

Conhecer a Si Mesmo? É a capacidade de olhar para nós mesmos, para o nosso interior, de refletir, de nos analisar. O benefício imediato da posse desse conhecimentoéter condições de fazer os ajustes, reformar, modificar ou abandonar os nossos traços considerados fracos e, ao mesmo tempo, valorizar os pontos fortes, os quais são partes integrantes da nossa personalidade. O autoconhecimento é a chave do progresso individual.

Não será isso, o que Jesus nos propõe na parábola do grão de mostarda? Deixar o Reino de Deus crescer? E o que seria esse reino, senão o desenvolvimento das características do homem de bem, como nos esclarece Allan Kardec na questão 918, de o Livro dos Espíritos: O verdadeiro homem de bem é o que pratica a Lei de Justiça, amor e caridade na sua maior pureza.

Ainda nos aponta essas características: o homem de bem interroga a própria consciência sobre os atos que praticou, pergunta-se se não violou a Lei de Justiça, Amor e Caridade, se não fez o mal, se fez todo o bem que podia, se fez aos outros tudo quanto queria que os outros lhe fizessem. É imbuído do sentimento de caridade,faz o bem sem esperar recompensa, é bondoso,humanitário, benevolente, indulgente com as fraquezas alheias, não é vingativo e perdoa as ofensas, respeita seus semelhantes.

Jesus nos apresentou esse belíssimo ensinamento da minúscula semente que se transforma em planta robusta e produtiva, a ponto de atrair para seus ramos avesem busca de alimento. Essa parábola é um convite a prestarmos atenção à nossa existência presente, adedicação do nosso tempo, àboa vontade,ao estudo e ao esforço em adquirir conhecimentos evangélicos,afinco nas realizações, no bem e ao aperfeiçoamento constante.

A compreensão do sentido de crescimento presente na parábola é muito importante porque diz respeito à centelha de Deus existenteem nós; e como umgerme ao brotar espalha suas raízes em nosso espírito, em todo nosso ser, nos proporcionando influência saudável que, lentamente, vai nos transformando, modificando nossos pensamentos, afeições e nossas obras, a fim de nos aproximar de nosso modelo e guia- Jesus. Esse crescimento é a nossa verdadeira oportunidade de nos transformar em pessoas de bem, principalmente numa época que assistimosvalorestão equivocados sobre a necessidade da coletividade.

CRESCIMENTO ESPIRITUAL

Estuda a tua aflição

 

Gislene Souza de Sá Azevedo

 

As aflições do mundo recebem nomes diversos: crime, revolta, desânimo, desespero; desesperança, ofensas, irritação; maus-tratos, ansiedade, depressão, provenientes da vivência de muitas situações como, crianças com poucos anos de vida com doenças incuráveis, a desencarnação de um ente querido, a dificuldade financeira, a separação conjugal.

Uma coisa é certa, quem está vivo no Planeta Terra encara a face da dor. Como esclarece a Doutrina Espírita, a Terra é lugar de provas e de expiações.

O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. V – “Bem-aventurados os aflitos, aponta as causas da aflição, uma, está na vida presente, a outra, na vida passada.

Muito do que sofremos tem origem em outras existências, contudo a maioria das dores que passamos tem origem na vida presente, no nosso caráter e de como procedemos na nossa vida nas relações conosco e com o próximo, no como enfrentamos as situações dessa existência, no valor e que damos aos bens materiais.

Emmanuel nos lembra a importância de valorizar a aflição de hoje, aprendendo com ela a crescer para o bem, porque é por meio dessa dor que vamos nos burilando e evoluindo Ele nos convida a examinarmos as nossas próprias aflições, para que elas não se transformem em tempestade. Tempestade que gera desequilíbrios e adoecimentos.

Carregar a responsabilidade pelas nossas aflições não é, nem nunca foi fácil. No livro Boa Nova, de Humberto de Campos, psicografado por Francisco C. Xavier, temos o exemplo de Bartolomeu, discípulo de Jesus, um homem triste que Jesus procurou esclarecer. Bartolomeu falou-lhe que não identificava o motivo de sua tristeza.

Contou ele que tinha no Evangelho de Jesus a fonte de esperanças, mas tinha dificuldade de compreender um mundo que possuía tanta maldade, via em toda parte a vitória do crime, o jogo das ambições.

Jesus explica a Bartolomeu que a vida terrestre e uma estrada prodigiosa que conduz a Deus, o trabalho é a marcha e a luta comum é a caminhada de cada dia, o repouso são as horas de serenidade. Na atividade ou no descanso físico, a oportunidade de uma hora, de uma ação, de uma palavra humilde é o convite de Nosso Pai para que semeemos as suas bênçãos.

Em geral, os homens abusam dessa oportunidade preciosa e colocam a sua vontade imperfeita acima dos desígnios superiores, perturbando a própria marcha.

Em vista destas razões, observamos que os homens estão sempre desanimados Obcecados em suas vontades próprias, tapam os ouvidos à realidade espiritual, vendam os olhos com a sombra da rebeldia e passam em lágrimas, Não enxergam o que Deus espalhou, para a sua jornada, em todos os aspectos do caminho. O Evangelho não exige a fortaleza permanente, a verdade não exige, transforma. A alegria, a coragem e a esperança devem ser constantes em suas atividades.

Bartolomeu começou a recordar as razões de suas tristezas, mas, com surpresa, não mais as encontrou no campo do coração. O evangelho de Jesus o havia transformado, seu coração estava aliviado e feliz.

Na história de Bartolomeu podemos refletir as nossas aflições. Tudo depende de como a recebemos e reagimos, com aceitação passiva, onde nada fazemos. Ou aceitação ativa, nos movendo, com consciência do sofrimento, mas entendendo que bendito seja ele, que nos leva em direção a compreensão, fortalecimento a nossa fé e a esperança.

Os bem-aventurados, não são os que choram e sofrem reclamando. Na verdade, são aqueles que fazem da dor um instrumento para a sua própria elevação, como bendita oportunidades de servir, com bondade e paciência. Nas palavras de Emmanuel, oportunidade de trabalharmos a fim de melhorarmos moralmente e intelectualmente, buscando o equilíbrio das duas asas, a do amor e da sabedoria.

Contudo é importante lembrarmos que nenhum de nós está enfrentando as aflições sem amparo. Como disse Jesus a Bartolomeu: “Nenhum ser está abandonado, porque tudo é de Deus e todos somos seus filhos”.

 

ESTUDA A TUA AFLIÇÃO

Educação e Vida

 

Gislene Souza de Sá Azevedo

 

A educação constitui elemento indissociável do ser humano, é o grande alimento para que possamos obter o pleno desenvolvimento de nossas faculdades físicas, mentais, intelectuais, emocionais e espirituais a fim de progredir e evoluir.

Educação e Vida se imbricam, a Educação dá direção à Vida, indicando as possibilidades de crescimento.Ela promove a vida e à medida que abrangemos mais conhecimentos, angariamos critérios para maior compreensão de nossa própria vida. Basta lembrarmos de nós mesmos ao longo dessa existência, o quanto a educação modificou nossa vida, seja na aquisição do conhecimento, seja na reflexão desse conhecimento transformando nossa maneira de pensar e de agir.

Emmanuel, no livro Pensamento e Vida, psicografado por Francisco Cândido Xavier, no capítulo intitulado Educação,relembra o ensinamento de Cristo: “Brilhe a vossa luz”. Erecomenda que essa lição deve ser aplicada em todas as condições, todos os dias.Podemos pensar, mas como fazer nossa luz brilhar? De que luz se trata?

Emmanuel, no mesmo capítulo nos lembra que a ciência comprova a presença da luz em toda parte. Basta refletirmos um pouco, para percebermos seus efeitos em nossas vidas, como os raios solares, como as ondas eletromagnéticas de rádio, de TV, de celulares, de micro-ondas e de raios X. Não visualizamos, mas sabemos que existe e as usamos em diversas atividades e muitas vezes não nos damos conta disso.

 

Nos lembra o autor que o corpo humano é como um veículo energético em que partículas minúsculas se atraem e se repelem produzindo uma explosão de luz. Podendo tomar como exemplo, os pulsos químicos que nossas células nervosas produzem para proporcionar as sensações em nosso corpo, como por exemplo, sensaçõesdefrio, de calor,assim como as descargas elétricas do nó sinoatrial que determina o ritmo para o coração, funcionando como um marca-passo natural.E que além disso, a química, a física, a astronomia nos demonstra que estamos situados em um universo entrecortado por raios. E na intimidade desse glorioso império da energia, temos os raios mentais criando de maneira individualizada o modo de vida de cada ser humano.

Nesse sentido, Emmanuel fala do pensamento, que é força criativa, que emitimos por intermédio de ondas sutis e que funciona como um espelho de luz, emitindo raios e assimilando-os.A nossa mente funcionando como um espelho recebendo o que emitimos, o que pensamos é o que emitimos e o recebemos de volta. Porém, ele nos alerta que esse espelho se apoia mais ou menos prisioneiro nas sombras da ignorância e a compara com a pedra preciosa encrustada na rocha e que para extraí-la de modo que ela possa receber a luz celeste e brilhar é necessário se desfazer da ignorância pelo trabalho.E que trabalho seria esse se não o de se analisar, de se conhecer e de se educar.

Não seria essa proposta na advertência de Jesus? Deixar brilhar a Vossa luz? Deixar que o potencial de luz do nosso espírito brilhe em sua grandeza plena. E para alcança-la o caminho é a educação. Segundo afirma Emmanuel, a educação deve nos propiciar o justo burilamento. Burilar, significa refinar, melhorar. Para isso, ainda nos esclarece Emmanuel, é necessário a Educação com o cultivo da inteligência e com o aperfeiçoamento do campo íntimo, desenvolvendoConhecimento e Bondade, Saber e Virtude.

Equilibrar saber e virtude não se consegue só com a força da instrução, com o conhecimento que se imponha de fora para dentro. É preciso se renovar, alterar internamente. É indispensável que se desentrance das trevas, à custa do esmeril do trabalho.Encontramos no Livro dos Espíritos, Capítulo III- Lei do Trabalho, item 685-a, observação valiosa de Allan Kardec quando afirma que não se tem dado o devido valor a Educação, referindo-se a educação moral, não a educação moral pelos livros, mas a que proporciona a formação de caracteres, que cria hábitos e que quando essa arte for conhecida, compreendida e praticada, o homem terá no mundo hábito  de ordem e previdência  para consigo e com os seus, de respeito a tudo o que é respeitável.

A Doutrina Espírita, em seu tríplice aspecto, de Ciência, de filosofia e de religião tem como propósito promover a nossa evolução, Tem como essência a educação, assumindo uma atitude pedagógica, dedicando-se ao processo de esclarecer e de educação do ser humano, é o que afirma Dora Incontri no artigo A Educação Espírita. Entende melhor o Espiritismo quem o compreende pedagogicamente, na perspectiva de um processo de educação.

E essepapel pedagógico da Doutrina Espiritanão é só porque o Codificador Allan Kardec foi um educador, pela influência recebida de Pestalozzi, mas porque o cerne da filosofia espírita é uma proposta de educação do espírito  e segundo a mesma autora, Lendo Kardec com olhos pedagógicos, pode-se observar a sua insistência e a dos Espíritos em comparações com imagens emprestadas do universo educacional. O desenvolvimento do Espírito por meio das vidas sucessivas é visto como um curso escolar, com seus anos letivos. A Terra é tratada como uma escola, em que as almas se matriculam para o seu aperfeiçoamento.

Seguindo esse raciocínio podemos dizer que a Doutrina Espíritanos apresenta um caminho com oportunidades de receber esclarecimentos, se analisar a partir dos seus conhecimentos e tomando posse desses, promover a autoeducação. Pensando o que Emmanuel explica quando fala sobre educação, com os conhecimentos proporcionados pela Doutrina Espirita temos a oportunidade de extraira preciosa que se esconde em meio ao cascalho e que ainda não consegue resplandecer o seu próprio brilho de forma plena.

Emmanuel ressalta a importância da educação do ser. Mas, podemos acrescentar uma educação que prepare para a vida, a enfrentar as dificuldades sendo mais assertivo consigo e com seus semelhantes, transformando por dentro e emitindo pensamentos de paz, alegria, harmonia e amor, superando egoísmos, orgulhos e vaidades.

Podemos pensar, mas já estou na fase adulta, muito já vivi e tenho meu jeito de lidar com as questões da vida.  Fui educado assim, não vou mudar mais. Estamos mais uma vez cursando uma nova etapa de nossas muitas existências, somos os estudantes, temos como orientador a ciência, a filosofia e a religião espírita a nos educar, o que estamos esperando para mudar.

Ademais, esclarecer a mente sem que o coração seja modificado pouco se fez em benefício próprio e do próximo. Com a advertência de Jesus que brilhe a nossa luz, não podemos menosprezar a educação da inteligência, que tem valor elevado em todos os planos da obra Divina. O convite de Nosso Mestre Jesus é maior que isso, é de exercitar nas boas obras e não esquecer que somente o coração tem o poder de tocar o coração, como nos diz Emmanuel.

E para desfazermos das sombras da ignorância que ofuscam nosso brilho é preciso aperfeiçoar os nossos sentimentos à medida que nos educamos.

Educação e vida, dois conceitos que se embrincam, a finalidade da educação se confunde com a finalidade da vida. E precisamos pensar em vida em sua continuidade após a morte, sendo, portanto, fundamental compreendermos que a educação promove a vida e pode promover a vida em abundância. Lembremos o que Jesus nos ensinou – Que Brilhe a Vossa luz! Caminhemos sempre em busca de transformar nossas mentes em verdadeiros espelhos de luz emitindo e recebendo bondade e paz!

EDUCAÇÃO E VIDA

Parábola acerca da Previdência

 

Gislene Souza de Sá Azevedo

 

“Qual de vós, querendo edificar uma torre, não se põe primeiro a fazer conta
dos gastos que são necessários, para ver se tem com que acabá-la? Com isso evita
expor-se a que, depois de haver assentado os alicerces, e não a podendo terminar,
todos os que a virem comecem a fazer zombaria dele, dizendo: Este homem principiou
o edifício, mas não o pôde concluir.
Ou que rei há que, estando para sair em campanha
contra outro rei, não tome primeiro muito pensadamente as suas medidas, a ver se
com dez mil homens poderia ir a encontrar-se com o que traz contra ele vinte mil?

De outra maneira, ainda quando o outro está longe, enviando sua embaixada, pede-lhe
tratados de paz.
Assim, pois, qualquer de vós que não renuncie a tudo quanto possua,
não pode ser meu discípulo.
O sal é bom, porém, se o sal perder a força, com que
outra coisa se há de temperar? Ficará sem servir, nem para a terra nem para o monturo,
mas lançar-se-á fora.
O que tiver ouvidos de ouvir, ouça.”
 

( Lucas, 14:28-35).

Essa parábola é também conhecida como Parábola da Torre Inacabada ou Parábola do Homem Previdente.


Ao ler essa parábola poderíamos interpretá-la como um ensinamento relacionado à importância em ser precavido na nossa vida cotidiana, em nossas decisões e atitudes da vida material. Sem dúvida uma atitude importante, mas, o significado dessa parábola guarda grandes ensinamentos. Ensinamentos e advertência.


A advertência é muito bem endereçada a quem se dedica a ser trabalhador na seara de Jesus.


Rodolfo Calligaris faz a interpretação dessa parábola; destaca a importância da conscientização de nossa condição atual neste planeta e, o tamanho das responsabilidades que podemos assumir para divulgar os ensinamentos de Jesus.


Isso nos faz refletir que para servir a Jesus e colocar-se a serviço de espiritualização da humanidade é preciso avaliar as próprias forças, a firmeza da vontade e estar disposto a fortalecer-se por meio dos estudos do Evangelho e da Doutrina Espírita.


Esclarecer-se primeiro, para depois realizar as tarefas que estejam ao nosso alcance – conseguir êxito. Uma boa preparação permite enfrentarmos melhor as adversidades na caminhada no trabalho de divulgar os ensinamentos de Jesus.


Outro aspecto desse ensino de Jesus é o de renunciar ao apego aos bens materiais. Rodolfo Calligaris explica que, Jesus não disse para que ficássemos desprovidos de bens materiais a ponto de sermos um peso social. O sentido é o do desprendimento e, também, para que saibamos ser justos na aplicação dos recursos materiais que nos foram emprestados nessa existência.


O último aspecto e, com certeza, um ponto muito importante desse ensino de Jesus é a quem se dedica a evangeliza, para que não perca de vista o seu papel de “ Sal da Terra”, como é abordado por Matheus no capítulo 5:13 e, assim, não se deixar levar pelas influências do meio em que vivemos, principalmente no momento atual, onde ondas de negativismo, violência, intolerâncias têm sido constante em diversos meios de comunicação.


Estamos diante de um convite a todos os que se dedicam a auxiliar, amparar, ensinar o Evangelho a não se dobrar ante as atitudes de egoísmos, podendo perder o vigor e não mais conseguir ser instrumento para levar o consolo e o esclarecimento a quem o busca ou dele necessita. Essa atitude ou posicionamento pode torna-lo insípido e afinar as fileiras de evangelizador.


Diante desses ensinamentos que essa parábola nos oferta, podemos refletir sobre o papel dos Escritores da Luz, proposta aos que compõem essa Academia, que estão se formando para numa base sólida e a seu tempo estar mais preparados para a tarefa importante de divulgar os Ensinos de Jesus à luz da Doutrina Espírita.


A cada encontro que se realiza na ACELEG somos chamados a nos dedicar ao estudo e nessa medida também vamos adquirindo maior segurança doutrinária. Para isso, é pertinente destacar a importância dos momentos de troca, reflexões e ampliação da visão sobre as parábolas de Jesus, seja aqui nesse espaço ou na casa Espírita, nossa responsabilidade é grande com a nossa preparação espiritual e intelectual.


Domínio do conhecimento, acompanhado da autoanalise, e da autoeducação. Ser previdente na Seara de Jesus é não descuidar do estudo e da reconstrução interior, fator preponderante a nos fortalecer para estarmos no campo das lutas diárias com argumentos e com capacidade de apoiar, orientar e a amar o próximo.

PARÁBOLA ACERCA DE PREVIDÊNCIA

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